Conheça Aderbal Lana, o técnico de futebol mais velho do Brasil

Apresentando problemas no nervo ciático, ele brinca com os mais chegados dizendo que o remédio não o cura seu problema, mas a bebida sempre ajuda

Cigarro é um dos companheiros no dia a dia do técnico Aderbal Lana | João Normando
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Sem quaquert tipo de luxo, o técnico Aderbal Lana já se encontra em sua modesta sala no estádio Gilberto Mestrinho, conhecido como Gilbertão. O clima úmido e o sol escaldante castigam os poucos torcedores reunidos em um bar em frente ao estádio, onde fazem animada festa com samba e gritos em apoio ao time Princesa, carinhosamente chamado de Tubarão.

Por dentro, a sala de Lana é simples, com um pequeno monitor na parede, um campo desenhado com imãs dos jogadores para táticas e fileiras de cadeiras vermelhas de plástico no centro do local. Sendo a última sala do estádio, após os dois vestiários, a iluminação é escassa. Não é totalmente escura, mas não tem iluminação predominante no ambiente.

Em resumo, a simplicidade é a essência deste lugar. Como companheiros fiéis de Lana, não poderia faltar o cigarro, o futebol amazonense e a garrafa térmica de café ajudam o tempo passar mais rápido.  Manacapuru, cidade do interior do Amazonas, situada a 100 quilômetros de Manaus, é onde o Princesa de Solimões tem sua sede, e é lá que Aderbal Lana comanda a equipe. Aos 76 anos, ele é o técnico mais experiente dentre as quatro divisões nacionais do futebol brasileiro.

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"Um treinador é um ser solitário. O café e o cigarro são meus companheiros. Sou caseiro, passo muito tempo sozinho. Não posso frequentar bares. Todo mundo quer dar palpite e escalar o time, e às vezes nos abala. Você acha que eu não me pergunto sempre se estou escalando a equipe certa?", indaga ele.

Embora ele negue frequentar bares, na cidade há comentários de que o treinador gosta de uma boa bebida. Nas vitórias do time, ele sempre comemora com os jogadores tomando sua cachaça. Apresentando problemas no nervo ciático, ele brinca com os mais chegados dizendo que o remédio não o cura seu problema, mas a bebida sempre ajuda.

Nascido em Uberlândia, Minas Gerais, ele teve uma breve carreira como jogado e acumula títulos, sendo bastante reconhecido e muito respeitado na região Norte. Não há quem não o considere um pilar do futebol no Amazonas. Foi nesse local que Lana construiu sua vida, encontrou sua esposa e criou seus dois filhos. Ele ajudou a desenvolver o futebol local e estabeleceu raízes profundas.

"Este lugar me adotou, sabe? Tenho uma casa em Manaus. Aprendi a trabalhar aqui. O calor aqui é infernal, os jogadores chegam a perder três ou quatro quilos em um treino. A adaptação não é fácil. Quem fica é porque realmente deseja muito, tem uma grande paixão. Gosto de trabalhar com pessoas assim."

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