Diante da carta enviada pela Fifa, na qual a organizadora da Copa do Mundo nega o fornecimento dos arquivos de conversa entre os árbitros de vídeo e de campo no empate, a CBF trata o assunto como encerrado nos bastidor político do Mundial.
Ainda que o resultado não tenha sido o esperado - a obtenção do conteúdo e uma admissão da Fifa de que os erros contra o Brasil ocorreram -, a visão na CBF é que pelo menos valeu a pena marcar posição institucionalmente.
Em documento assinado pelo chefe de delegação do Brasil e futuro presidente da CBF, Rogério Caboclo, a entidade pontuou o entendimento de que houve erro de interpretação em dois lances contra os suíços - empurrão em Miranda no gol de Zuber e pênalti sobre Gabriel Jesus -, solicitando ainda a gravação das conversas entre a equipe de arbitragem.
Pierluigi Collina, chefe do comitê de arbitragem da Fifa, e Zvonomir Boban, secretário-geral adjunto da mesma entidade, enviaram a resposta na qual citam o acordo feito antes do Mundial de que as interações entre a turma do campo e do vídeo não seriam divulgadas. Os dirigentes da Fifa acrescentam que o árbitro de vídeo tem como intuito evitar "erros claros e óbvios" e "sérios incidentes". Desta forma, a Fifa indica que o que aconteceu no jogo do Brasil não se enquadra nesse quesito.
Sem querer se alongar no tema nos bastidores, a CBF ficou satisfeita por ter encontrado algumas vozes de apoio entre outros cartolas. Apesar da reclamação da arbitragem, há, sim, o entendimento de que o time de Tite ficou devendo no primeiro jogo em solo russo. O próprio treinador admitiu a decepção após a partida e, indagado, reforçou a leitura de que viu falta no lance do gol da Suíça.
Com o episódio superado, o Brasil pelo menos conseguiu, entende a CBF, chamar a atenção para a necessidade de uso devido do VAR. Mas o foco principal agora passa a ser o confronto de sexta-feira, contra a Costa Rica, em São Petersburgo. A vitória é uma necessidade.