Lionel Messi não teve uma atuação como contra o Brasil, há pouco mais de dois meses, nos Estados Unidos. Ou não precisou ter, o que só reforça a evolução da Argentina sob o comando de Alejandro Sabella. Com direito a pênalti perdido pelo melhor jogador do mundo, os hermanos passaram fácil pela Alemanha e venceram por 3 a 1 na Commerzbank-Arena, em amistoso disputado em Frankfurt, no reencontro após a eliminação na última Copa do Mundo. Khedira (contra), o próprio craque do Barcelona e Di María anotaram para os argentinos. Höwedes descontou para os alemães, que atuaram com um a menos desde metade do primeiro tempo por conta da expulsão do goleiro Zieler.
Em 2010, os alemães não tiveram trabalho para golear a equipe de Diego Maradona por 4 a 0, pelas quartas de final do Mundial da África do Sul, na Cidade do Cabo. Eles seriam eliminados na sequência pela Espanha e acabariam na terceira colocação após derrotarem o Uruguai.
O triunfo da Argentina é o oitavo desde que Sabella assumiu como técnico, em setembro de 2011. Desde então, a seleção acumulou também dois empates e duas derrotas (uma delas para o Brasil no Superclássico das Américas). Lionel Messi também aproveitou o embalo e engrenou com a camisa alviceleste, marcando nove gols nos últimos cinco jogos.
Apesar das belas jogadas de Messi - que quase sempre envolviam a dupla Higuaín e Agüero -, coube ao meia Ángel Di María anotar o golaço da noite. Foi o terceiro da Argentina, aos 28 minutos do segundo tempo, em uma bomba do jogador do Real Madrid antes mesmo da intermediária, sem chances para Marc-André ter Stegen.
Apontado como uma das revelações do último Campeonato Alemão, o goleiro de 20 anos do Borussia Mönchengladbach, no entanto, já estava consagrado. Ele poderia até sofrer mais gols não fossem as bolas na trave de Messi e Higuaín no segundo tempo, mas chegará em casa com moral de quem defendeu um pênalti do melhor do mundo. E mais: sem dar rebote.
O lance ocorreu aos 31 minutos do primeiro tempo, quando a Alemanha já tinha um a menos em campo. Na falta que originou o pênalti, Zieler, o substituto de Manuel Neuer na meta alemã, acabou expulso por derrubar Jose Sosa depois de bonito lançamento do volante Javier Mascherano. Messi não caprichou como de costume. E viu Ter Stegen crescer à sua frente.
O camisa 10, porém, guardou o seu melhor para a etapa final. Com a Argentina já vencendo por 1 a 0 graças ao gol contra de Khedira, em cobrança de escanteio, o craque chamou a responsabilidade e decidiu. Com grande contribuição de coadjuvantes de peso, é bem verdade. Aos seis, Higuaín e Agüero fizeram linda jogada até que a bola parasse nos pés de Messi.
O jogador do Barcelona quase ampliou aos 30 ao passar por quatro marcadores e atingir a trave. Mas teve mesmo de se contentar com um gol de honra dos donos da casa, marcado por Höwedes, de cabeça, aos 36 minutos. Está de bom tamanho para quem ainda recebeu uma pequena homenagem de um torcedor alemão que invadiu o gramado.