Com ingressos esgotados, Fla tenta ocupar lugares na torcida do Goiás

Clube consulta Gepe e Consórcio para usar parte da área destinada a torcedores do Goiás, mas esbarra na questão da segurança

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Esgotada a carga de 50.500 ingressos destinada a torcedores do Flamengo para a semifinal contra o Goiás, a diretoria do clube, via departamento de marketing, tenta aumentar o espaço para os rubro-negros no Maracanã. A carga total para o jogo desta quarta-feira é de 64.811 bilhetes - 54 mil à venda e o restante separado para gratuidades. O Flamengo está de olho nos lugares que ficarão vazios no setor Sul. O clube faz consultas ao consórcio que administra o estádio e ao Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) sobre a possibilidade de mudanças na separação de torcidas, mas a chance de conseguir uma alteração na véspera da partida e faturar mais é remota.

Metade do setor Sul ficará com a torcida da casa, e a outra está reservada para os visitantes. Em jogos contra adversários de fora do Rio, a área, que tem capacidade para 22 mil pessoas e é dividida por uma grade fixa, passa por um esquema especial de isolamento. No lado do Goiás, onde caberiam 11 mil, serão colocadas por questões de segurança lonas de isolamento que inutilizam seis mil lugares. A área restante é de cinco mil cadeiras, mas só foram postos à venda 3.500 ingressos para os torcedores esmeraldinos. Até a noite desta segunda-feira, cerca de 400 haviam sido vendidos.

O vice-presidente de marketing do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, critica a decisão da Polícia Militar e acredita que a solução seria aumentar o policiamento na área.

- Eles (Polícia Militar) invocam o princípio da segurança pública, quando deveriam simplesmente colocar mais gente e fazer o isolamento da área. Simples assim. Torcedores que se comportam mal deveriam ser sumariamente presos pelos policiais presentes. Em jogos onde a demanda não explode, ainda que com público muito bom, este problema não se faz perceber de forma tão pronunciada, mas em um jogo decisivo como este contra o Goiás, de altíssimo interesse, a polícia decidir que a capacidade do estádio, que já foi reduzida pelo mesmíssimo princípio de segurança, sofra um outro redutor, é brincadeira. E como se tem pouquíssimo tempo para agir, acaba-se perdendo mesmo. Estamos sim tentando convencê-los, mas a verdade é que, para eles, a decisão é de que "quero ter mais ou menos trabalho"? Quando se dá este poder para que se decida, o que você acha que as pessoas vão escolher? - disse Bap.

O Flamengo tem a informação de que o número de torcedores do adversário não deve chegar a mil pessoas, mas também não pode colocar a sobra à venda. Motivo: os rubro-negros ocupariam o mesmo setor dos goianos. Tanto que a venda para visitantes não é feita em guichês. Para comprar ingressos, os torcedores do Goiás têm de entrar em contato com o clube e depois depositar o dinheiro na conta do Flamengo, que informa o local da retirada dos bilhetes no Rio.

Segundo o comandante do Gepe, João Fiorentini, o espaço para os visitantes e o esquema de segurança são os mesmos do jogo entre Flamengo e Cruzeiro, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Fiorentini diz que entende a intenção da diretoria do Flamengo de aumentar o faturamento com a partida, mas, pelo menos por ora, descarta qualquer alteração.

- O clube quer encher o estádio e não está errado. Entendo a posição. Só que infelizmente não é possível. Se o espaço da torcida do Goiás fosse reduzido, haveria problema de sobrecarga de roletas, já que os torcedores visitantes vão entrar por um único setor (B). O consórcio instalou o setor de visitante, e o Maracanã não é utilizado por um clube só. Está em cima da hora, os outros setores estarão lotados. A gente tem que pensar na questão da segurança. Não discordo da posição do Flamengo. Só que o Flamengo lida com dinheiro, tem conta para pagar, eu lido com segurança. Entendo a posição, mas tenho que preservar a segurança - explicou.

As conversas do Flamengo com Gepe e Consórcio Maracanã também abordam uma possível classificação do time para a decisão da Copa do Brasil. Para não deixar de faturar - o clube calcula que poderia arrecadar cerca de R$ 300 mil pelo espaço que ficará isolado na partida contra o Goiás -, o Rubro-Negro começa a planejar uma estratégia para mudar a divisão do setor Sul.

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