Com heróis improváveis, Atlético bate a Caldense e é campeão mineiro

O Galo era pela 43ª vez o dono do Estado. E com mais um roteiro cheio de surpresas para seus torcedores.

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As últimas conquistas do Atlético foram marcadas por roteiros complexos, que nem mesmo um grande cineasta conseguiria apresentar com exatidão. E o título do Campeonato Mineiro, erguido neste domingo (3), não fugiu à tônica. Desta vez, os heróis foram duas figuras improváveis.Com gols de Thiago Ribeiro e Jô, o Galo bateu a Caldense por 2 a 1 e faturou o 43º título Estadual de sua história.

Thiago Ribeiro, que chegou às vésperas da semifinal, abriu o placar aos 11 do segundo tempo, ao se aproveitar de posição duvidosa para mandar para as redes um toque de cabeça de Lucas Pratto. Pouco depois, a Caldense empatou com Luiz Eduardo e encaminhou seu bicampeonato estadual.

Porém, Jô, que não balança as redes há mais de um ano, fez as pazes com a torcida e completou de coxa um cruzamento de Luan. Era a redenção que o torcedor esperava. Ele saía de vilão para ser o grande herói da conquista.

Dona da melhor campanha da primeira fase do Mineiro, a Caldense reclamou de impedimento nos dois gols alvinegros. Pelo sim ou pelo não, a campanha da Veterana não merece ser esquecida, afinal, foi por detalhes que não levantou seu segundo caneco na história.

EMOCIONANTE

A Caldense chegou à decisão do Campeonato Mineiro com uma campanha praticamente irretocável. Invicta, a Veterana teve sua defesa vazada apenas quatro vezes nas 14 partidas disputadas. Essa solidez defensiva causou certo temor até mesmo ao torcedor atleticano, que mesmo com a superioridade técnica alvinegra, sabia que o Galo teria a obrigação de superar uma muralha para faturar o caneco. E os prognósticos para a grande final do Campeonato Mineiro se mostraram verdadeiros.

Assim como no primeiro jogo, os dois times fizeram um duelo extremamente disputado. A diferença desta tarde é que a Veterana mostrou domínio na criação, variando as jogadas entre os flancos e chutes bolas enfiadas no meio da defesa alvinegra.

Dessa forma, o time do Sul de Minas criou as melhores chances da etapa inicial. A principal delas aos 29 minutos, quando Nadson chegou à linha de fundo e cruzou para trás. Lá, encontrou Tiago Azulão, que subiu com estilo e cabeceou com capricho no contra-pé de Victor.O lance foi com tanto capricho que a bola bateu na forquilha da trave.

O Galo era superior tecnicamente, mas a armação de suas jogadas foi totalmente fragmentada pela marcação do rival, que sempre tinha um na “sobra” para matar a jogada. Tanto que a melhor oportunidade alvinegra também foi pelo alto, com Leonardo Silva, que resvalou uma falta cobrada pelo meio e mandou rente ao poste, assustando Rodrigo. Era um grande jogo, que dava a sensação de que o placar não terminaria zerado ao final do segundo tempo.

HERÓIS IMPROVÁVEIS

A volta do segundo tempo trouxe um novo panorama para a partida. Precisando a qualquer custo da vitória, o Galo foi para cima do rival, apostando na velocidade de Thiago Ribeiro e na força física de Giovanni Augusto, que fazia a função de segundo homem de meio-campo ao marcar e o toque de qualidade na saída de bola rumo ao ataque.

E a alteração surtiu efeito. O Galo passou a chegar com mais perigo na defesa rival. Porém, a Caldense estava compacta, o que dificultava as investidas. Foi então que uma velha arma alvinegra voltou a aparecer.

Aos 11, Marcos Rocha cobrou lateral rumo à área. Pratto resvalou no primeiro pau e, quando a bola parecia tomar como rumo a linha de fundo, Thiago Ribeiro, anotou seu primeiro gol com a camisa alvinegra. 1 a 0.

A Caldense não se deu por vencida e na jogada seguinte chegou ao empate.Aos 14, Rafael Estevam bateu falta rasteira.A bola desviou no caminho e dificultou o trabalho de Victor, que deu rebote. E lá estava Luiz Eduardo para conferir. 1 a 1.

O jogo ganhou requintes de drama. Afinal, a partir daquele momento, era a qualidade técnica alvinegra contra a solidez defensiva da Veterana. Correndo atrás do prejuízo, o Galo seguiu rumo o ataque, mas tinha dificuldades de superar a “barreira”. Eis que, nesse momento, surgiu um herói improvável para anotar o gol do título.

Aos 32, Luan avançou pela direita e cruzou à meia-altura. A zaga da veterana tentou cortar, mas a bola tocou na coxa do bem posicionado Jô. Após pouco mais de um ano sem balançar as redes, o centroavante, artilheiro da Libertadores de 2013, fazia as pazes justamente em um momento crucial para a torcida alvinegra. 2 a 1.

Àquela altura, nem mesmo os últimos esforços da grande equipe da Caldense conseguiram reverter a adversidade.

O Galo era pela 43ª vez o dono do Estado. E com mais um roteiro cheio de surpresas para seus torcedores.

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