Em um jogo de duas caras distintas em cada tempo, porém ruim na maior parte do tempo, um golaço nos acréscimos deu a vitória ao Grêmio sobre o Fluminense, por 1 a 0, neste sábado, no Estádio Nilton Santos. O tricolor carioca estacionou nos 34 pontos, temporariamente em nono lugar. Os gaúchos somam 50, em terceiro no momento.
Apesar do gol de Everton no fim, quem compareceu ao Estádio Nilton Santos não se surpreenderia se alguém revelasse que o jogo em andamento não valia de nada. Era, na verdade, apenas uma partida para cumprir tabela num campeonato com todas as suas vagas decididas. Fosse o título, um lugar na Libertadores ou uma melhor colocação na tabela.
Em campo, Fluminense e Grêmio — com titulares poupados por causa do jogo da Libertadores na terça-feira — limitaram-se, em boa parte do tempo, a rondar o ataque adversário.
No esquema de três zagueiros, o tricolor carioca dava liberdade aos seus laterais. Porém, com apenas Sornoza na criação, o máximo que conseguiu no primeiro tempo foi ter o domínio da posse de bola. Poucos lances foram dignos de registros. Como o chute de Dodi, um misto de cruzamento com tentativa de surpreender o goleiro Paulo Victor. A bola foi para fora.
Do Grêmio do técnico Renato Gaúcho, acostumado a empurrar o time adversário e surpreendê-lo na rápida recuperação da bola, pouco se viu. Uma finalização de Douglas, de longe, foi o máximo a merecer lembrança.
As vaias ao fim da primeira etapa eram mais do que justificadas. Provavelmente não foram direcionadas para um time ou um jogador específicos. Mas ao jogo morno que tiveram de assistir no sábado à tarde.
No intervalo, as declarações dos jogadores dos dois times resumiram os 45 minutos de um jogo que ninguém encontrava espaços, mas também não mostrava tanta vontade de vencer.
Os dois times devem ter feito algum pacto no vestiário para fazer valer o ingresso dos torcedores. Voltaram com mais gana e até tiveram oportunidades claras de abrir o placar.
O Grêmio ocupou melhor os espaços deixados pelo Fluminense. Ficou mais fácil chegar na área adversária. Só não balançou as redes porque Pepê perdeu a melhor chance. Acionado nas costas da defesa, saiu livre na frente de Julio Cesar. Demorou para decidir o rumo que ia tomar, perdeu tempo e a marcação tirou.
O técnico Marcelo Oliveira percebeu o novo posicionamento do Grêmio e mudou seu esquema. Tirou Gum e colocou Marcos Júnior. Tinha que aproveitar a velocidade dos seus jogadores para compensar o esquema adversário. O atacante teve chance clara, mas perdeu na cara do goleiro Paulo Victor.
Até o final, a partida ficou em aberto. O tricolor teve rompantes em contra-ataques, mas parou na defesa. O Grêmio, mais técnico, pareceu estar mais perto de marcar. O goleiro Julio Cesar esteve lá para evitar até onde pôde. Aos 47 minutos não teve jeito. Thonny Anderson dominou na entrada da área e encontrou Everton nas costas de Digão. O atacante ficou na cara do goleiro, dominou e finalizou de calcanhar para marcar o gol da vitória.