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Clubes pedem à CBF que não aprove gramados sintéticos até reunião em 2026

Dirigentes da Série A querem estudo e que opinião dos atletas tenha peso sobre o tema, e confederação vai retomar discussão entre fevereiro e março

Arena da Baixada, casa do Athletico-PR | Foto: José Tramontin/athletico.com.br
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Dirigentes de parte dos clubes da Série A solicitaram à CBF a suspensão da homologação de novos gramados sintéticos até que um estudo técnico seja realizado e uma decisão definitiva, seja tomada. Uma medida futura poderia incluir até veto e transição obrigatória para gramados naturais, embora não haja sinalização de que isso será determinado. 

A maioria dos dirigentes se mostra contrária ao uso do piso artificial e sugeriu que a CBF ouça os atletas — em fevereiro, nomes como Neymar, Thiago Silva, Gabigol e Philippe Coutinho criticaram publicamente o gramado sintético.

Clubes que defendem o gramado artificial

Cinco clubes, em minoria, se posicionaram a favor dos gramados sintéticos. Eles afirmaram que:

“Um gramado sintético de alta performance supera, em diversos aspectos, os campos naturais em más condições presentes em parte significativa dos estádios do país.”

CBF só deve decidir em 2026

A CBF indicou que o tema será retomado entre fevereiro e março, quando ocorrerá um novo encontro. Até lá, acredita que nenhum clube irá propor mudanças estruturais em seus estádios.

Não é a primeira vez que a entidade promete estudar o tema. No início da temporada, a confederação já havia analisado o número de lesões em ambos os tipos de gramado — sem grandes discrepâncias. Agora, quer incluir também a discussão sobre ritmo de jogo e vantagem competitiva para equipes que utilizam o piso sintético.

CBF reuniu dirigentes de todo o Brasil no conselho técnico da Série A nesta quinta — Foto: Rafael Ribeiro / CBF

CBF quer decisões com mais governança

A entidade entende que temas complexos exigem mais subsídios e participação dos clubes, a fim de evitar decisões frágeis. Por isso, estuda implementar um modelo de governança com:

  • quórum qualificado,

  • prazos mínimos para revisões.

Um exemplo é o debate sobre o número de estrangeiros:

  • até 2023, eram permitidos 5 em campo;

  • depois, 7;

  • em 2024, 9.

Agora, há consenso de que o número precisa diminuir.

Rebaixamento também será discutido

Além do gramado sintético e do número de estrangeiros, a possível redução dos rebaixados para a Série B também deve entrar na pauta de 2026. Para isso, será necessário incluir clubes da segundona, diretamente afetados. Não há garantia de resolução imediata, mas sim da retomada das discussões. O tema mais sensível deve ser mesmo o gramado sintético.

Flamengo x Palmeiras: atrito ganha força

O Flamengo é o clube mais incisivo contra os gramados artificiais, impulsionado pela rivalidade com o Palmeiras, que desde 2020 utiliza o piso no Allianz Parque. Nesta semana, o Flamengo enviou à CBF uma proposta para proibir os gramados sintéticos, com transição até 2027 na Série A e um ano a mais na Série B. A iniciativa gerou reação dos cinco clubes que jogarão a Série A de 2026 em estádios com piso artificial:

  • Athletico-PR

  • Atlético-MG

  • Botafogo

  • Chapecoense

  • Palmeiras

Brasileiro de 2026 pode ter 30% dos jogos em sintético

O Campeonato Brasileiro de 2026 pode ter até 30% de partidas disputadas em estádios com gramado sintético. A CBF afirma que enfrentará o tema sem novos adiamentos e promete também atuar para melhorar a qualidade dos gramados naturais no país.

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