Dirigentes de parte dos clubes da Série A solicitaram à CBF a suspensão da homologação de novos gramados sintéticos até que um estudo técnico seja realizado e uma decisão definitiva, seja tomada. Uma medida futura poderia incluir até veto e transição obrigatória para gramados naturais, embora não haja sinalização de que isso será determinado.
A maioria dos dirigentes se mostra contrária ao uso do piso artificial e sugeriu que a CBF ouça os atletas — em fevereiro, nomes como Neymar, Thiago Silva, Gabigol e Philippe Coutinho criticaram publicamente o gramado sintético.
Clubes que defendem o gramado artificial
Cinco clubes, em minoria, se posicionaram a favor dos gramados sintéticos. Eles afirmaram que:
“Um gramado sintético de alta performance supera, em diversos aspectos, os campos naturais em más condições presentes em parte significativa dos estádios do país.”
CBF só deve decidir em 2026
A CBF indicou que o tema será retomado entre fevereiro e março, quando ocorrerá um novo encontro. Até lá, acredita que nenhum clube irá propor mudanças estruturais em seus estádios.
Não é a primeira vez que a entidade promete estudar o tema. No início da temporada, a confederação já havia analisado o número de lesões em ambos os tipos de gramado — sem grandes discrepâncias. Agora, quer incluir também a discussão sobre ritmo de jogo e vantagem competitiva para equipes que utilizam o piso sintético.
CBF quer decisões com mais governança
A entidade entende que temas complexos exigem mais subsídios e participação dos clubes, a fim de evitar decisões frágeis. Por isso, estuda implementar um modelo de governança com:
quórum qualificado,
prazos mínimos para revisões.
Um exemplo é o debate sobre o número de estrangeiros:
até 2023, eram permitidos 5 em campo;
depois, 7;
em 2024, 9.
Agora, há consenso de que o número precisa diminuir.
Rebaixamento também será discutido
Além do gramado sintético e do número de estrangeiros, a possível redução dos rebaixados para a Série B também deve entrar na pauta de 2026. Para isso, será necessário incluir clubes da segundona, diretamente afetados. Não há garantia de resolução imediata, mas sim da retomada das discussões. O tema mais sensível deve ser mesmo o gramado sintético.
Flamengo x Palmeiras: atrito ganha força
O Flamengo é o clube mais incisivo contra os gramados artificiais, impulsionado pela rivalidade com o Palmeiras, que desde 2020 utiliza o piso no Allianz Parque. Nesta semana, o Flamengo enviou à CBF uma proposta para proibir os gramados sintéticos, com transição até 2027 na Série A e um ano a mais na Série B. A iniciativa gerou reação dos cinco clubes que jogarão a Série A de 2026 em estádios com piso artificial:
Athletico-PR
Atlético-MG
Botafogo
Chapecoense
Palmeiras
Brasileiro de 2026 pode ter 30% dos jogos em sintético
O Campeonato Brasileiro de 2026 pode ter até 30% de partidas disputadas em estádios com gramado sintético. A CBF afirma que enfrentará o tema sem novos adiamentos e promete também atuar para melhorar a qualidade dos gramados naturais no país.