De repente, uma delas aparece dentro da cesta. Outra é lançada para o alto. Os cabelos voam o tempo todo, e os shortinhos curtos se revezam com calças folgadas, dependendo de quem vai entrar na quadra quando elas saírem. Divididas em quatro grupos de dançarinas, as cheerleaders do Mundial da Turquia não deixam os marmanjos nas arquibancadas piscarem nem quando a bola está parada. Em jogos de países de maioria muçulmana, como Turquia e Irã, a regra é cobrir mais o corpo. Sem esquecer as dezenas de coreografias, claro.
- Temos 57 rotinas, e é impossível lembrar todas. Precisamos treiná-las antes de cada jogo. Aqui no Mundial fomos buscar referências de cada país, na música, na cultura, na religião ? explica Olena Rozhkova, que comanda desde 2001 as Red Foxes, grupo de 30 ucranianas que anima as partidas da fase final da competição, em Istambul.
Do basquete brasileiro, elas naturalmente conhecem pouco. Não foram escaladas para nenhuma partida da seleção no Mundial da Turquia - coube às russas animar os jogos do time de Rubén Magnano - mas lamentaram a eliminação da equipe de um país que é simpático aos olhos do grupo. Efeito semelhante as Red Foxes têm provocado nos torcedores que vão ao Sinan Erdem Dome. A cada pedido de tempo, as atenções se voltam para as cheerleaders, com média de altura de 1,75m.
As selecionadas costumam ser ginastas e bailarinas. Rodam o mundo levando na bagagem 600kg só em roupas para as performances. Já animaram torcidas nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 e Pequim-2008. No longo currículo, estiveram no Mundial do Japão, no Campeonato Europeu, e sonham agora com a abertura da Eurocopa de futebol em 2012.
- Nós temos 30 dançarinas, mas quero ter 100 até lá. Vamos ver. Para cada campeonato nós precisamos treinar muito ? diz Olena.
Depois de frequentar tantas quadras ao redor do mundo, elas garantem que entendem da bola laranja. A simpática Dasha, uma loira de 1,80m, estava torcendo pela Espanha. Muitas delas choraram quando os campeões mundiais de 2006 foram eliminados pela Sérvia. O time turco também caiu no gosto das dançarinas.
- Os jogadores espanhóis são caras normais, não são estrelas. E jogam muito bem. Não vimos o Brasil jogar, mas gosto muito do futebol de lá. Vocês têm Pelé e Ronaldo ? sorriu Dasha.