É curioso que Celso Roth receba do Inter a chance de conquistar o título da Libertadores um ano depois de ele ter sido demitido pelo Grêmio no meio da disputa continental. E mais: demitido justamente por perder para o Inter. A vida deu uma volta que nem o treinador poderia esperar, e agora ele herdou o time vermelho nas semifinais do principal torneio da América, bem além de onde estava com o Tricolor. Com a demissão do ano passado claramente entalada na garganta, ele orienta o Colorado contra o São Paulo, nesta quarta-feira, no Beira-Rio. É o primeiro jogo da luta por vaga na final.
Roth não esconde que quer o título a todo custo. E deixa claro que segue incomodado por não ter recebido a oportunidade de seguir com o Grêmio até o final na Libertadores do ano passado.
- Isso (ser campeão) mexe tanto que vim para o Inter. Você nem sabe como isso mexe comigo. É tudo uma questão de oportunidade, como foi com o Grêmio, quando planejei tudo e não me deixaram continuar o trabalho. Isso mexe ? disse ele.
Na opinião do treinador, só o tempo dirá se o futebol fez justiça com ele. Ele sabe que nova chance, sem título, será em vão.
- Esse é o ponto fantástico: parece ser uma justiça, mas será se a gente passar adiante e conquistar a Libertadores. O futebol é o retrato da vida, mas acontece bem mais rápido, a cada jogo, a cada 90 minutos ? filosofou o treinador.
Por essas e outras, Roth é definitivo ao falar sobre o jogo contra o São Paulo. Para ele, nenhuma partida foi tão importante quanto essa.
- Para todos, é o jogo da vida. Mesmo que eu não tenha conseguido um título nacional ou continental e mesmo que eu tenha no grupo jogadores que já conquistaram isso, já participaram de Mundiais, o jogo desta quarta-feira é o jogo da vida. O que está no passado já foi. O jogo da vida é agora. Não só para mim, mas para todos, pode ter certeza que é o primeiro tempo do jogo de nossas vidas ? comentou Roth.