Adjetivar o clube que amam como "imortal" faz os gremistas revelarem as características que esperam ver de seus jogadores: dedicação, raça e identificação com o azul, o preto e o branco por eles representados. Carlos Alberto chegou ao clube gaúcho no início desta temporada sabendo como precisa se comportar em campo para fazer sucesso no Grêmio. E duas referências vão ajudá-lo a concretizar este projeto pessoal: Renato Gaúcho e José Mourinho.
Foi Renato quem ofereceu a Carlos Alberto a primeira oportunidade no Fluminense, há nove anos. Novamente juntos, agora no Estádio Olímpico, treinador e meia-atacante estão em sintonia sobre as principais virtudes de um jogador.
- Tem que aliar a técnica à força e ter muita competitividade. O Renato cobra muito isso, aprendi com ele, que foi o treinador que me deu a primeira oportunidade, no Fluminense - lembrou, em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM.
Em 2004, Carlos Alberto foi contratado pelo Porto. Lá encontrou José Mourinho, técnico português de filosofia semelhante àquela aprendida no início da carreira:
- Essa é uma herança que fica da convivência com o José Mourinho. Ele é assim, exige bastante, faz a gente treinar mais recuado, para o jogador ter a sensibilidade de ajudar quando for preciso. Treinar em mais de uma função faz o jogador arquivar estas funções na memória, para aplicar no jogo.
É com esta determinação em cumprir orientações, mesmo que sejam defensivas, que Carlos Alberto pretende se adequar às características do Imortal Tricolor. Acrescentando o tempero da qualidade típica do futebol carioca.
- Tem que ter qualidade na hora do passe, na hora de finalizar. Eu sou assim, mas o Grêmio já tem jogadores com essa qualidade também. O Douglas é um jogador raro, um dos melhores do Brasil na posição. O Gabriel também, um lateral que não tem igual no futebol brasileiro - relacionou.
Recém-chegado ao Sul, Carlos Alberto não vê problemas em se adaptar também à vida em Porto Alegre. O carioca acostumado às praias e ao verão não teme sequer o inverno gaúcho, depois de vivenciar temperaturas próximas dos 20 graus negativos em Portugal e na Alemanha.
- O povo gaúcho é acolhedor. Estou recebendo bastante afago, bastante carinho. A qualidade de vida é boa, é uma boa oportunidade de trabalhar. E aqui não faz mais frio que na Europa, dá para suportar.
No Grêmio, Carlos Alberto busca resgatar a boa imagem criada no início da carreira. Tanto que ele faz questão de mostrar a ave Fênix tatuada no braço direito, representando o renascimento. Além, claro, do predileto número 19. Emprestado pelo Vasco até o fim do ano, Carlos Alberto ambiciona fazer sucesso, prorrogar a permanência no clube e retornar ao futebol europeu:
- É isso o que eu quero para o futuro. Ficar dois ou três anos no Grêmio, e ainda sonho em voltar para a Europa.