Quase dois meses após o acidente de Michael Schumacher na estação de esqui de Méribel, sudeste da França, as razões para as graves consequências do episódio ainda são um mistério. O alemão segue internado no Hospital de Grenóble e, apesar da redução da sedação, ainda não despertou do coma induzido. Na ocasião, o heptacampeão perdeu o controle quando esquiava em uma parte fora da pista demarcada e bateu a cabeça em uma rocha. Segundo os próprios investigadores, Schumi estava em velocidade ?condizente para um experiente esquiador em um terreno difícil? e usava capacete, mas a peça se quebrou no choque. Schumi sofreu sérias lesões na cabeça e precisou passar por duas cirurgias.
De acordo com o jornal britânico ?The Telegraph?, a câmera portátil que Michael levava no capacete, que tanto contribui nas investigações, pode ter sido também a grande responsável pelas sérias lesões provocadas. Segundo a publicação, fontes ligadas à investigação estudam a tese de que a câmera pode ter forçado a estrutura do capacete no momento do choque.
Especialistas da renomada Escola Nacional de Esqui e Alpinismo de Chamonix (ENSA) ? que fazem parte da investigação ? realizaram testes para determinar se a presença de um objeto sólido ? no caso a câmera ? pode ter contribuído para enfraquecer e quebrar a estrutura do capacete no impacto com a rocha, expondo o crânio de Schumi, o que, consequentemente, aumentou o potencial da gravidade das lesões.
- O capacete quebrou completamente. No mínimo em duas partes. A ENSA checou o material do capacete estava OK. Mas por que ele explodiu no impacto? Aí é que a câmera entre em questão. O laboratório tem feito testes para ver se a câmera enfraqueceu a estrutura ? contou a fonte ligada à investigação ao ?Telegraph?.
Os promotores responsáveis pelo caso farão um pronunciamento na próxima segunda-feira. A expectativa é que eles eximam a estação de esqui de Méribel e os fabricantes dos equipamentos (esqui e capacete) de qualquer responsabilidade no acidente.
Os investigadores se pronunciaram oficialmente apenas uma vez, no dia 8 de janeiro. Na ocasião, a partir dos primeiros dados coletados, eles chegaram à conclusão que Michael Schumacher saiu da pista demarcada por escolha própria e estava em velocidade ?condizente para um experiente esquiador em um terreno difícil? quando perdeu o equilíbrio ao tocar uma rocha encoberta pela neve, a oito metros de distância da demarcação, e bateu com a cabeça em outra rocha. Além disso, no vídeo da câmera acoplada ao seu capacete, Schumi não apareceu ajudando nenhuma pessoa, contrariando a versão inicial da assessora do ex-piloto, Sabine Kehm.