Bruno Henrique, atacante do Flamengo, não compareceu à audiência online marcada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na manhã desta segunda-feira (27), que investiga seu suposto envolvimento em esquema de manipulação de resultados no futebol. O jogador alegou compromisso com o treino do clube, que teve início às 9h30 no Ninho do Urubu, e solicitou nova data para o depoimento.
A ausência foi comunicada ao tribunal por meio dos advogados do atleta, que se reuniram com ele antes da audiência para deliberar sobre a decisão. A nova data da oitiva ainda será definida pelo STJD.
Investigação em andamento
O inquérito foi reaberto pelo presidente do STJD, Luís Otávio Veríssimo Teixeira, após o recebimento de provas encaminhadas pela Polícia Federal. As investigações indicam que Bruno Henrique teria forçado um cartão amarelo em partida contra o Santos, no Brasileirão de 2023, para beneficiar apostadores.
O auditor do caso é o vice-presidente do STJD, Maxwell Borges de Moura Vieira, responsável por conduzir as oitivas e diligências. Ao todo, dez pessoas foram convocadas a prestar depoimento nesta fase, incluindo Wander Nunes Pinto Júnior, irmão do jogador.
Na esfera esportiva, o atleta pode ser suspenso por até dois anos, caso o tribunal opte por denunciá-lo com base nas evidências. No entanto, como não houve pedido de suspensão preventiva, Bruno Henrique segue à disposição do técnico Filipe Luís no Flamengo.
Processo criminal paralelo
Bruno Henrique também foi indiciado criminalmente no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata de fraude em competições esportivas, e por estelionato. As penas previstas variam entre dois e seis anos de prisão por fraude, e de um a cinco anos por estelionato.
A defesa do jogador já ingressou com um pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal. O objetivo é transferir o caso da Justiça Estadual para a Justiça Federal e anular decisões anteriores, alegando incompetência da atual instância.
Envolvimento de familiares e amigos
Além do atacante, outras pessoas próximas foram indiciadas. Entre elas, estão o irmão Wander Nunes Pinto Júnior, a esposa de Wander, Ludymilla Araújo Lima, e a prima do jogador, Poliana Ester Nunes Cardoso, que teriam realizado apostas.
Um segundo grupo investigado é composto por amigos de Wander, incluindo Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Max Evangelista Amorim e Douglas Ribeiro Pina Barcelos.
Enquanto aguarda o desfecho do caso, Bruno Henrique continua treinando normalmente e segue à disposição do Flamengo para a sequência da temporada.