Uma discussão sobre a ordem dos saltos em um treino foi apenas o desfecho para a briga entre as brasileiras Giovanna Pedroso, 17, e Ingrid Oliveira, 20, que competiram juntas na disputa sincronizada de saltos ornamentais da plataforma de 10 m na Rio-2016 na tarde desta terça-feira (9).
As duas chegaram aos Jogos sem conversar, e a situação foi agravada depois que Ingrid tentou levar um rapaz para o quarto que elas dividiam na Vila Olímpica, local em que o Time Brasil está concentrado nas Olimpíadas. E isso já começou a repercutir entre a equipe nacional.
O nome do rapaz que estava com Ingrid é mantido em sigilo, mas ele tem sido tratado no COB (Comitê Olímpico do Brasil) como “muso”, apelido usado até para evitar que a identidade dele vaze. Os dois atletas tiveram um flerte na Vila Olímpica e foram para o quarto da saltadora, e Giovanna relatou o episódio aos responsáveis pelo Time Brasil.
Inicialmente, a ideia do COB era tratar a questão de forma interna, com abordagem educativa e não punitiva. No entanto, o episódio vazou entre outros atletas brasileiros que estão na Rio-2016, e isso causou uma cisão entre eles. Romances na Vila Olímpica são considerados comuns e estão dentro do aceitável para os dirigentes, mas a reação de Giovanna repercutiu positivamente entre os que defendem uma postura mais séria e comprometida nos Jogos. Agora existe um temor sobre o tamanho da crise que isso pode gerar.
Briga
A briga entre brasileiras começou por ordem de saltos, mas não aconteceu só por isso. Giovanna e Ingrid já tinham tido uma discussão em um treino, na fase final da preparação para os Jogos. A falta de acordo sobre a ordem dos saltos, contudo, foi apenas um dos motivos para isso. A relação entre as duas vinha desgastada por questões como metodologia de trabalho, cada uma tem um técnico e defende um estilo diferente de preparação, e questões como o local em que elas fariam as atividades – Ingrid treina no Fluminense, e Giovanna é atleta do Botafogo. O conjunto competiu na Rio-2016 na última terça-feira (09) e ficou em oitavo – e último – lugar. Depois, ambas anunciaram o fim da parceria.
“A gente parou de se falar e não sentou para conversar depois do que aconteceu, mas aqui a gente soube separar e foi profissional”, relatou Giovanna. “A gente tentou segurar por causa da Olimpíada”, completou Ingrid.
O COB não fará comentários sobre eventuais casos do dia a dia da Missão brasileira na Rio-2016. "Os problemas internos da Missão Brasileira são resolvidos dentro da própria Missão, priorizando, sempre que possível, o caráter educativo antes do punitivo."