Quando foi a última vez que você enfrentou dificuldades e se superou? A história do atleta paraense Lucas Mazzo, da marcha atlética, serve de exemplo para ser persistente e não desistir. Aos 15 anos, Mazzo sofreu um tiro em um jogo de paintball, aquela competição que usa armas de pressão para disparar bolinhas coloridas contra adversários.
Após perder totalmente a visão do olho direito, encarou obstáculos durante a adolescência e, 12 anos depois, está em Tóquio 2020 para buscar uma medalha para o Brasil.
Com 27 anos, Mazzo ganhou com uma prótese ocular de vidro com a bandeira do Brasil, que será usada na competição. Até o acidente que provocou a perda do olho direito, Mazzo não competia. Apenas atuava como office boy em um escritório de advocacia, quando dava os primeiros passos para se tornar um atleta.
“Em 2009, eu levei um tiro de paintball no olho direito e perdi totalmente a visão. Passei por três cirurgias, reconstrução do globo ocular, da pálpebra e também do arco zigomático, que ficou praticamente destruído. Mas a minha vida mudou quando eu vi pela primeira vez uma prótese ocular”, explica o brasileiro, praticante do atletismo desde 2011.
Na época em que começou o atletismo, traçou um sonho: chegar à Olimpíada e competir com uma prótese ocular com a bandeira do Brasil. Com a vaga assegurada para Tóquio, o sonho se realiza 10 anos depois das primeiras passadas, quando a prótese foi produzida.
Mazzo sabe do exemplo que dá à sociedade: "O esporte me deu a oportunidade de conhecer vários países, culturas e pessoas diferentes. A única coisa que te limita é a sua mente. Se você pensa grande, pode conseguir coisas incríveis. E hoje eu estou realizando esse sonho de estar nos Jogos Olímpicos".
O atleta estreia em Tóquio 2020, na prova de 20km da marcha atlética, no dia 5 de agosto, em Sapporo, ao lado de Caio Bonfim, uma das referências no esporte para ele. “O Caio é um dos meus melhores amigos. Vou direto para Brasília para treinarmos juntos. Somos muito competitivos e ele me inspira muito. Sempre tento buscar referências em atletas como ele”, diz.
O esportista projeta espanto das pessoas quando virem o olho verde e amarelo na pista de competição. "Acho que as pessoas ficarão espantadas, depois terão a curiosidade de entender o que é isso e, por fim, a aceitação. Até para mim é algo novo. Me olho no espelho e acho incrível", finaliza .