Se era amistoso, as amizades ficaram de lado. Em um jogo truncado e em alguns momentos violento, o Brasil venceu o Chile por 1 a 0, neste domingo, em duelo disputado no Emirates Stadium, em Londres, com "cara" de Copa América. Foi o último teste da seleção brasileira antes da convocação para o torneio sul-americano, que começa no dia 11 de junho, justamente no Chile.
Em campo, Dunga experimentou, mudando sete titulares da vitória por 3 a 1 sobre a França, na última quinta-feira, mas viu a equipe verde e amarela fazer um primeiro tempo apático, no qual o lance que mais chamou a atenção foi o pisão proposital que o zagueiro Medel, conhecido como "Pitbull", deu na perna de Neymar.
Na segunda etapa, o treinador brasileiro fez diversas modificações e viu seu time melhorar, conseguindo finalmente quebrar a defesa adversária. Aos 26 minutos, Danilo de excelente enfiada de bola para Roberto Firmino, que havia começado no banco de Luiz Adriano. Com calma, o jogador do Hoffenhein driblou Bravo e tocou para as redes.
O Chile teve mais posse de bola durante a partida, mas pouco ameaçou de fato a meta de Jefferson. O arqueiro só trabalhou de verdade aos 40 da segunda etapa, quando o meia Matias Fernández cobrou falta venenosa e exigiu grande defesa do botafoguense.
Neymar, por sua vez, foi mais notado em campo nos momentos em que sofreu faltas, o que deve ser uma tendência na Copa América. Apesar de ter apanhado bastante, o Brasil devolveu na mesma moeda, e cinco jogadores levaram cartões amarelos; Thiago Silva, Miranda, Neymar, Fernandinho e Elias.
O resultado mantém a invencibilidade de Dunga em seu retorno à equipe nacional. Desde que assumiu, logo após o Mundial de 2014, o treinador gaúcho conquistou oito vitórias em oito partidas.
Antes da estreia no torneio de seleções, a seleção brasileira ainda terá mais dois amistosos: contra o México, em 6 de junho, e Honduras, em 9 de junho. Até lá, Dunga terá que quebrar a cabeça para decidir quais jogadores formarão o grupo que irá buscar o 9º título do Brasil na competição - o último foi em 2007.
O jogo
Dunga fez sete mudanças em relação à vitória sobre a França: saíram Filipe Luís, Luiz Gustavo, Elias, Oscar, Duglas Costa, Willian e Roberto Firmino, entraram, respectivamente, Marcelo, Souza, Fernandinho, Douglas Costa, Philippe Coutinho e Luiz Adriano. A equipe, porém, não encaixou, e o Brasil fez um primeiro tempo fraco.
Com posse de bola muito inferior à do Chile (62% para a Roja contra 38%), a seleção brasileira ainda conseguiu cruar dois lances de perigo, mas sem preocupar muito o goleiro Bravo. O momento mais agudo foi aos 36 minutos, quando Marcelo cruzou da esquerda e Douglas Costa matou bonito no peito. Na hora de finalizar, contudo, o meia do Shakhtar Donetsk bateu muito mal.
A etapa inicial também foi marcada pela truculência dos chilenos, que caçaram Neymar em campo. No lance mais ríspido, o zagueiro Medel pisou de propósito na perna de Neymar, aos 22 minutos, e fez o atleta do Barcelona gritar de dor. O árbitro Martin Atinkson, no entanto, não deu nem cartão amarelo.
Na segunda etapa, Dunga recolocou os titulares da vitória contra a França e o Brasil melhorou. O primeiro lance de perigo foi do Chile, aos 21, quando Alexis Sánchez cobrou falta e Jefferson defendeu no meio do gol. Pouco depois, em um belo contra-ataque, saiu o gol verde e amarelo.
Aos 26 minutos, Danilo puxou pela direita e enfiou ótima bola para Roberto Firmino, que havia entrado há pouco na vaga do inoperante Luiz Adriano. O atacante do Hoffenhein esbanjou tranquilidado, driblou o goleiro do Barcelona com a perna esquerda e tocou de direita para o gol, fazendo a festa da torcida brasileira no estádio Emirates.
Aos 32, Firmino ainda teve chance de fazer seu segundo, ao receber na meia-lua a dar belo corta para a esquerda. Na hora da finalização, contudo, o chute saiu torto, à esquerda da meta chilena.
A Roja quase empatou aos 40, quando Matias Fernández cobrou falta venenosa e obrigou Jefferson a se esticar todo e fazer linda defesa. No último lance do duelo, já nos acréscimos, Neymar finalmente teve chance clara de marcar em cobrança de falta. No entanto, a finalização do brasileiro saiu por cima do gol e o placar ficou mesmo no 1 a 0.