Antes de o árbitro apitar o início do jogo em Nagoya, Bernardinho já avisava: o Egito é um franco-atirador. Confirmando a afirmação do técnico brasileiro, o adversário da seleção deu mais trabalho do que o esperado, apoiado na boa atuação do oposto Abdelhay, que aproveitou os erros da defesa verde e amarela para ser o maior pontuador do jogo, com 18 pontos, três a mais que Giba. Mas os bicampeões da Copa dos Campeões mostraram que estão no páreo para buscar o tri e fecharam a partida em 25/21, 25 /22 e 25/22, para decidir o título contra o Japão nesta segunda-feira, às 8h (de Brasília), jogo transmitido ao vivo pelo SporTV.
- Eles jogaram de igual para igual, já esperávamos isso. A nossa equipe está um pouco cansada e estava com a cabeça no jogo contra o Japão. Mas agora temos mais de 24 horas para nos recuperarmos. Vai ser muito bom recarregar as baterias – disse Bernardinho.
O primeiro set parecia que seria tranquilo para o Brasil. Antes da primeira parada técnica, a seleção abriu uma vantagem de quatro pontos no placar e administrava o jogo com bom desempenho no bloqueio. Porém, o aviso de Bernardinho para ter atenção redobrada com o oposto Abdelhay se fez realmente necessário na metade da parcial. O canhoto começou a virar todas as bolas na saída de rede e aproveitou os erros da defesa brasileira para marcar 8 pontos de ataque e encostar o Egito no marcador.
Depois de permitir que o adversário chegasse a ficar apenas um ponto atrás no placar, o Brasil voltou a forçar o bloqueio e Giba puxou a responsabilidade em quadra. Após um ace do levantador Abdalla, que deixou a parcial em 19 a 20, o capitão foi para o saque e pesou a mão para facilitar o contra-ataque brasileiro. A estratégia funcionou e com um ace de Giba, a seleção fechou a primeira parcial em 25 a 21.
Festa brasileira no ginásio em Nagoya
Na volta para a quadra, o Egito chegou a passar à frente pela primeira vez ao marcar 2 a 1. A situação preocupou Bernardinho, que decidiu poupar Leandro Vissotto, responsável por muitos erros do Brasil, e o substituiu por Theo, jogador que foi convocado na véspera da competição para o lugar de Mauricio, lesionado. O oposto entrou no jogo e aproveitou a oportunidade para conquistar dois pontos no ataque.
Apesar de melhorar no ataque, a defesa brasileira continuou aberta e o bloqueio egípcio foi beneficiado com isso. Sem o passe na mão, Bruninho foi obrigado a forçar jogadas e apostar na jogada de segurança com Giba ou com Murilo, que, mal na partida, não conseguia virar as bolas. No fim do set, a seleção conseguiu impor seu saque e os adversários sentiram a pressão. Mas os erros contínuos da equipe – 18 até o momento, cinco a mais do que em toda a partida de sexta-feira contra a Polônia –, ainda permitiram que o Egito anotasse mais dois pontos no placar. No fim, Rodrigão fechou a parcial com uma bola de tempo no meio de rede, deixando o marcador em 25 a 22.
No set mais disputado da partida, o Brasil foi surpreendido com mais uma arma do rival franco-atirador. Depois de duas parciais perdidas, o Egito foi para o ou tudo ou nada e abriu uma vantagem de 5 a 1 no placar, aproveitando mais uma vez o passe ruim do time brasileiro. Então, a seleção entrou no jogo e, com Giba e Murilo no bloqueio, virou o marcador. João Paulo entrou no jogo pela primeira vez na competição e ajudou a aumentar ainda mais a rede. Para fechar a partida, um resumo de como foi todo o duelo. Uma série de erros, que terminou com dois saques perdidos pelo Egito.