A Seleção Brasileira começou 2009 da maneira que terminou a temporada passada: vitória convincente diante de um adversário respeitável. Com show dos "ingleses" Robinho e Elano, ambos do Manchester City, que marcaram um gol cada, a equipe derrotou a Itália por 2 a 0 no Emirates Stadium, em Londres, nesta terça-feira.
Com a vitória no amistoso, o Brasil abre vantagem no confronto histórico contra o tradicional rival. São agora 13 jogos, com seis vitórias brasileiras, cinco italianas e dois empates. Além disso, o resultado garante tranqüilidade para o técnico Dunga, que foi muito questionado na temporada passada antes de, enfim, convencer na goleada por 6 a 2 sobre Portugal em Brasília, no mês de novembro.
Além de perder na estréia em 2009, em seu primeiro encontro com a Seleção Brasileira, o técnico Marcelo Lippi viu cair a sua invencibilidade de 31 partidas no comando da equipe e desperdiçou a oportunidade de se tornar o treinador que mais tempo permaneceu sem tropeços com uma seleção, atrás apenas do espanhol Javier Clemente e o argentino Alfio Basile.
Tetracampeão mundial com a Itália na Copa do Mundo de 2006, o técnico retornou ao comando da equipe nacional após o fim da Eurocopa do ano passado e precisava de apenas um empate nesta terça-feira para estabelecer novo recorde de invencibilidade.
Antes do primeiro compromisso em 2009, Dunga havia afirmado na segunda-feira que não seria uma "partida de Copa do Mundo", contrariando o histórico do duelo e o técnico italiano Marcelo Lippi, que afirmara que "exibição é circo".
Mas em campo, os jogadores do Brasil pareciam disputar uma Copa do Mundo. Com disposição de sobra, encurralaram os italianos que, nervosos, erravam muito e chegaram com perigo ao gol de Júlio César apenas uma vez no primeiro tempo, em chute de De Rossi.
Sem poder contar com Kaká e Luís Fabiano, Dunga promoveu os retornos de Ronaldinho e Adriano no time titular da Seleção, que contou ainda com a estréia de Felipe Melo na formação inicial. Em pequena minoria no estádio em relação ao número de torcedores, o Brasil começou a partida tocando mais a bola e apostando nos avanços pelo lado esquerdo.
No entanto, quem chegou com perigo pela primeira vez foi a seleção italiana, com apenas três minutos de bola rolando. Depois de lançamento de Pirlo, Grosso entrou livre pelo lado esquerdo e, de primeira, tocou na saída do goleiro Júlio César, mas teve a comemoração interrompida em uma marcação duvidosa de impedimento.
Recuperado do susto inicial, o Brasil foi controlador do jogo durante toda a primeira etapa e teve Robinho como maestro. Aos 12min, na primeira boa descida brasileira, o astro do City recebeu de Ronaldinho e tocou na frente. No momento em que Legrottaglie não fez o corte, Elano aproveitou e tocou na saída de Buffon para fazer 1 a 0.
Com a vantagem, a Seleção continuou sobrando em campo e passou a contar com a ajuda da torcida brasileira presente em Londres, que fez barulho e ofuscou a presença dos italianos que moram na Inglaterra. Dando seqüência ao bom momento, aos 26min, após rápido contra-ataque, Ronaldinho cruzou errado e a bola ficou com Pirlo. Robinho a roubou, entrou na área, deu um drible desconcertante em Zambrota e marcou um golaço.
O ex-camisa sete santista fez assim o que havia prometido quando chegou a Londres, ao dizer que não falaria sobre polêmicas e pensaria apenas em fazer gols pela Seleção, como havia apostando com o italiano Cannavaro, ex-companheiro de Real Madrid, antes de a bola rolar.
Com dois gols de vantagem no marcador, Robinho, Elano e companhia seguiram levantando a torcida e por pouco não aumentaram a vantagem ainda antes do intervalo. Aos 29min, Ronaldinho quase coroou o seu 90º jogo pela Seleção com um gol de falta, mas mandou a bola perto do ângulo. Dez minutos depois, Elano arriscou de longe e quase anotou o seu segundo no dia.
Já na volta para o reinício, depois de fazer as primeiras alterações, a Itália conseguiu equilibrar o duelo e criou as melhores chances, já que o Brasil diminuiu o ritmo no segundo tempo. Com 19min de bola rolando, Luca Toni recebeu lançamento de Pirlo, dominou com o braço na disputa com Juan e tocou para as redes, mas novamente a jogada foi anulada pela arbitragem.