Só deu Brasil na seleção de 2015, divulgada na cerimônia da Fifa nesta segunda-feira, em Zurique. Ao todo, quatro jogadores do país foram eleitos para a equipe ideal do ano passado: Daniel Alves, Thiago Silva, Marcelo e Neymar. Além do quarteto que esteve com a Seleção no Mundial de 2014, outros sete nomes foram escolhidos: Neuer, Sergio Ramos, Iniesta, Pogba, Modric, Messi e Cristiano Ronaldo.
Apenas o goleiro alemão do Bayern de Munique não esteve no evento para receber o prêmio das mãos do camaronês Samuel Eto'o.A presença do quarteto na escolha feita em conjunto com a FIFPro, associação profissionais dos jogadores, deixou o Brasil folgado com o maior número de representantes na seleção de 2015 - Espanha (com dois), Alemanha, Croácia, França, Argentina e Portugal foram outros países com atletas na lista.
Entre os clubes, Real Madrid e Barcelona dominaram a equipe, com quatro jogadores, cada - Bayern de Munique, Juventus e PSG completaram a relação.Foi a primeira vez que Neymar apareceu na seleção da Fifa. Já Thiago Silva entrou nas últimas duas relações, assim como Daniel Alves teve sua vaga na equipe em 2009, 2011, 2012 e 2013 - Marcelo também foi eleito em 2013. David Luiz, também do PSG, Douglas Costa, do Bayern de Munique, eram outros nomes entre os 55 indicados, mas acabaram fora da lista final.
Em parceria com a Fifa e sem relação com a Uefa, que na semana passada elegeu a sua seleção de 2015, a escolha foi feita com base nos votos de 25 mil jogadores espalhados por 70 países do mundo da bola. Segundo a FIFPro, foi a votação recorde desde que iniciou 2005, ano em que começou a eleição.
A seleção do ano passado foi composta pelos seguintes jogadores: Manuel Neuer (Bayern de Munique); Sergio Ramos (Real Madrid), David Luiz (PSG), Thiago Silva (PSG) e Philipp Lahm (Bayern de Munique); Andrés Iniesta (Barcelona), Toni Kroos (Real Madrid) e Ángel Di María (hoje no PSG - à época no Manchester United); Cristiano Ronaldo (Real Madrid), Arjen Robben (Bayern de Munique ) e Lionel Messi (Barcelona).
GOL MAIS BELO: BRAILEIRO WENDELL LIRA BATE MESSI
Pela primeira vez, o gol mais bonito do ano não vem da elite do futebol mundial. Apoiado por uma forte campanha nas redes sociais, o brasileiro Wendell Lira saiu do modesto Campeonato Goiano, onde brilhou com uma meia bicicleta pelo ainda mais modesto Goianésia, para brilhar em Zurique.
Eleito por voto popular, bateu Messi, Tevez e outros figurões, venceu o prêmio Puskas na festa de gala da Fifa e fez história."É o melhor dia da minha vida. Poder estar aqui conhecendo grandes jogadores que são meus ídolos, que conhecia só de videogame. Queria agradecer minha família, nação brasileira que votou em mim, minha esposa e minha filha", disse Wendell Lira, que citou a Bíblia ao receber o prêmio."Queria deixar uma passagem.
Quando Golias apareceu disseram: 'ele é muito forte, grande, não tem como ganhar dele'. Davi disse: 'Ele é muito grande, não tem como não acertar ele'. É assim que temos de enfrentar os problemas diários em nossa vida e é assim que agradeço", disse o jogador, referindo-se à famosa história do mais fraco batendo o mais forte. .O título do brasileiro é simbólico. Antes dele, a honraria só havia sido dada a gols marcados em campeonatos de ponta. Foi na Copa do Mundo, por exemplo, que James Rodriguez trilhou seu caminho para ganhar a disputa no ano passado.
O mais longe do topo que o prêmio Puskas chegou desde 2009, quando foi criado, foi o Brasileirão (com Neymar, em 2011) e o Campeonato Turco (com Stoch, em 2012).Wendell está tão distante do mundo de gala da Fifa que estava sem clube quando soube da indicação. Depois do golaço pelo Goianésia no Campeonato Goiano de 2015, ele ficou sem contrato e só arrumou emprego recentemente, no Vila Nova. Hoje ele vive seus minutos de fama global frequentando uma festa exclusiva ao lado de nomes como Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar, os finalistas da Bola de Ouro.
O caráter inusitado da escolha da Fifa fez dele uma estrela das redes sociais. Sua vitória foi "patrocinada" por sites populares que fizeram campanha ao longo dos meses para que ele vencesse. Como o prêmio é decidido pelo público, Florenzi (Roma) e Messi (Barcelona) não foram páreos para o brasileiro.