O pugilista Wanderson de Oliveira é mais um representante do Brasil nas quartas de final do boxe olímpico. Na manhã deste sábado (31), o lutador carioca venceu o bielorrusso Dzmitry Asanou por decisão dividida (3 a 2) nas oitavas de final da categoria leve (até 63kg) e está a uma vitória de garantir medalha (no boxe, não há disputa de terceiro lugar).
É o quinto brasileiro a se classificar às quartas nas Olimpíadas de Tóquio 2020, se juntando a Beatriz Ferreira, Herbert Sousa, Abner Teixeira (que já passou às semifinais) e Keno Machado (eliminado nesta fase). Ele vai enfrentar o cubano Andy Cruz, primeiro colocado da divisão e atual campeão mundial, que venceu o britânico Luke McCormack por decisão unânime nas oitavas.
O lutador do projeto social Luta Pela Paz tomou o centro do ringue de início, mas Asanau era mais veloz e ativo circulando pelo perímetro. Wanderson mostrou boa esquiva no primeiro round e conectou bons cruzados na resposta. Faltando pouco mais de um minuto no assalto, o carioca mostrou por que é chamado de "Mãos de Pedra" e conseguiu um knockdown com uma combinação encerrada num direto de direita e cruzado de esquerda. O árbitro, no entanto, considerou um escorregão. Ainda assim, quatro dos cinco juízes pontuaram o round a favor do brasileiro.
O bielorrusso veio ainda mais ativo no segundo assalto, marcando a distância com o jab e combinando muitos diretos e cruzados na sequência. Mas Wanderson exibia ótima esquiva e acertava os golpes mais duros. Após levar alguns bons golpes, o carioca ouviu o córner, passou a fintar mais e voltou a ter sucesso com o jab. Nos segundos finais, Asanou caiu para trás após um gancho na linha de cintura do brasileiro, mas o árbitro novamente não contou o knockdown. Desta vez, apenas um juiz deu vitória para Wanderson.
O atleta do Complexo da Maré abriu o último round com um duro cruzado de direita, certeiro. Azanou respondeu com um bom overhand de direita e também mostrou sua boa esquiva e movimentação. Wanderson conectou mais um duro cruzado de direita e um jab na sequência, e o bielorrusso passou a agarrar mais e correr. O brasileiro partiu para cima, acertou duros golpes na linha de cintura e pressionou até o fim, mas o atleta de Belarus conseguiu sobreviver até o gongo final.
"Me senti solto. É uma alegria enorme ver todos os atletas indo bem, não só eu como meus companheiros de treino. Fico feliz por isso, tivemos uma boa base de treino e fomos bem ajudados. A gente sobe tranquilo, não fica com peso na mente, só pensa no que vai fazer dentro do ringue e consegue botar em prática. Antigamente eu era mais distraído, mas agora consigo manter a calma", disse Wanderson, que já pensa na luta contra Andy Cruz.