Uma coisa é certa: em 2012, Bolívar jogará a Libertadores da América. Pelo Inter ou pelo Flamengo. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, realizada em Santa Cruz do Sul, onde passa as férias com a família, o zagueiro colorado confirma o interesse do clube carioca e a conversa com Vanderlei Luxemburgo. Embora tenha afirmado que seu primeiro desejo ainda seja de permanecer no Beira-Rio, o zagueiro reconhece que gostou do contato com o técnico rubro-negro.
- Ele me colocou entre os primeiros da lista de contratações do Flamengo - conta. - Mas eu tenho dois anos de contrato com o Inter ainda e preciso sentar com o pessoal do Inter para poder conversar. Que seja uma coisa boa para o Inter e para mim
A decisão do destino do jogador deve ocorrer ainda no final deste ano. Confira mais trechos da entrevista:
GLOBOESPORTE.COM - Um dos assuntos que dominaram a semana é a sua saída do Inter rumo ao Bolívar Flamengo. Essa informação procede?
Bolívar - Procede. Faz uns dias já que eu recebi uma ligação do próprio Luxemburgo, e a gente conversou por uns 20 minutos. Ele me contou o projeto que está montando para o Flamengo em 2012. Ele me colocou entre os primeiros da lista de contratações do Flamengo. Foi uma conversa bacana, mas eu tenho dois anos de contrato com o Inter ainda e preciso sentar com o pessoal do Inter para poder conversar. E que seja uma coisa boa para o Inter e para mim. Não tem nada definido ainda, mas é claro que eu fico feliz pelo interesse de uma grande equipe do Brasil. É muito importante quando as pessoas valorizam o seu trabalho e você poder atuar em um grande clube como o Flamengo, e ainda ser prioridade de um treinador considerado um dos melhores do Brasil.
E qual é o seu desejo? É ir para o Flamengo? Chegou a hora de avaliar que o momento no Inter acabou?
Tenho contrato com o Inter, todos sabem do carinho e do respeito que tenho. São dois anos sendo capitão da equipe. Tenho admiração por todos e todos por mim. O próprio torcedor tem muita admiração por mim e pela história que construí no clube. A minha vontade é de permanecer, mas é claro que as condições que os outros clubes oferecem, de repente, o clube não consegue segurar o jogador. Mas, se for da minha vontade, eu quero permanecer. Quero cumprir o meu contrato, mas isso é um acerto entre as direções. Falei muito com o meu empresário (Neco Cirne). Durante essas duas semanas, ele esteve no Rio de Janeiro conversando com o pessoal do Flamengo e depois disso a gente senta para conversar com a direção para ver qual vai ser a ser a vontade deles.
A definição será uma notícia de ano novo ou pode vir antes?
Isso pode acontecer até o final desta semana ou início da outra semana.
Qual o balanço de 2011 para ti e para o Inter, foi um ano de altos baixos?
O início de temporada foi muito importante pela conquista do Campeonato Gaúcho. Pela situação, conseguimos dentro do Olímpico o título gaúcho. Logo depois veio a Recopa, ou seja, dois títulos importantes no ano não é para qualquer equipe. Tive meus problemas dentro de campo, e eu pedi o afastamento e, graças a Deus, estando em um bom momento eu pude retornar. Foi um ano positivo, de dois títulos e com a conquista da vaga para a pré-Libertadores.
O jogo contra o Santos no Campeonato Brasileiro deste ano, aquele 3 a 3, de certa forma foi um jogo emblemático na sua carreira e vida?
Eu acho que sim. Eu tinha marcado um gol, sofrido um pênalti, e acabaram me colocando a culpa por um gol feito pelo Santos. As pessoas, de repente, não viram o toque que o Nei deu. Parecia que estava errando com o pé em bola, mas não foi, foi um toque que o Nei deu. Mas isso é muito normal no futebol. Você vai ver várias situações de pessoas falhando. Todo mundo é ser humano. Nínguem erra por acaso, e a gente sempre tenta fazer o nosso melhor. Mas eu dei a volta por cima e retornei jogando. Entrei numa fase que a equipe não estava bem, precisando de resultados. E os resultados expressivos vieram, contra o Bahia, Botafogo - que nos deram condições de ir para a pré-Libertadores. Então, eu fico muito feliz por ter terminado o ano jogando, e ter colocado o Inter em mais uma Libertadores.
Quando você pediu o afastamento, onde foi o seu apoio, a base para superar o momento difícil? Foi com a família, com amigos, com os colegas de Inter?
A minha família. Sempre minha família em primeiro lugar. Quando eu pedi para parar, o Dorival não queria deixar, ele querida que eu continuasse jogando. A comissão técnica do Inter tem total confiança em mim. Mas eu pedi para parar também por questões pessoais. São coisas que acontecem no futebol. É como eu falei: tem que ser homem na hora que erra, e ser homem na hora de assumir uma decisão. Foi o que eu fiz. Se eu estou no lugar onde estou hoje, é porque sou um cara de personalidade, de característica muito forte.