O Boca Juniors pediu à Conmebol para suspender a final da Libertadores contra o River Plate, adiada no último sábado para este domingo depois do ataque de torcedores millonarios ao ônibus xeneize nas imediações do Monumental.
O clube alega que não há condições de igualdade depois de o volante e capitão Pablo Pérez sofrer uma lesão no olho por conta dos estilhaços de vidro do ônibus. Ele foi reexaminado numa clínica e, embora não esteja apto, manifestou o desejo de ir a campo.
No comunicado em seu site oficial, o Boca citou o acordo feito com o River e a Conmebol na véspera, mas destacou que está em desvantagem esportiva e, por isso, quer que a entidade aplique o artigo 18 do regulamento da competição.
Ele diz que o clube responsável pela segurança dentro e nas imediações do estádio (no caso, o River) pode sofrer diversas punições, que vão desde uma advertência até a eliminação do torneio, como aconteceu justamente com o Boca em 2015 depois do episódio do gás de pimenta.
Na porta do hotel onde o Boca Juniors está hospedado, torcedores reforçaram o coro de apoio ao time com gritos provocativos ao River. A saída para o Monumental estava prevista para cerca de duas horas antes da partida.
O curioso é que, minutos antes , o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, concedeu entrevista à “Fox Sports” argentina e garantiu que a postura do Boca era a mesma da véspera, garantindo a realização do jogo neste domingo.
O River Plate também postou em seu perfil no Twitter confirmando a abertura dos portões do Monumental às 14h (de Brasília). De acordo com o artigo número 8 do regulamento Disciplinar da Conmebol, parágro segundo, "as associações membro e clubes são responsáveis pela segurança e pela ordem tanto no interior como nas imediações do estádio antes, durante e depois da partida da qual são anfitriões ou organizadores". De acordo com o texto, essa responsabilidade se estende a "todos os incidentes de qualquer natureza que possam acontecer".
A postura do Boca Juniors desde o início do tumulto foi de insistir no discurso de que a partida não poderia acontecer neste fim de semana. Pablo Pérez e Lamardo, jogadores do Boca, se machucaram com estilhaços da janela do ônibus e precisaram ser atendidos no hospital. Ambos voltaram ao estádio com um curativo no olho.
Além disso, de acordo com a imprensa argentina, seis jogadores do time xeneize vomitaram no vestiário em decorrência do gás de pimenta utilizado pela polícia na tentativa de conter a confusão.
Médico do Boca Juniors, Dr. Jorge Pablo Batista compartilhou imagens do atendimento a Pérez e Lamardo. Ficou diagnosticado que o primeiro sofreu uma úlcera no olho esquerdo.