A Justiça suíça realizou uma operação na sede da Fifa na noite desta quinta-feira em busca de mais informações sobre documentos envolvendo pagamentos ao ex-presidente da entidade, Joseph Blatter, e ao secretário-geral Jerome Valcke. Contratos envolvendo os dois dirigentes estão sendo apurados pelos investigadores por suspeitas de irregularidades.
Segundo o jornal Estado de S. Paulo , Blatter e Valcke, responsável pela Copa do Mundo de 2014, no Brasil, teriam acordado receber entre prêmios e bonificações cerca de R$ 100 milhões. Além da dupla, o vice secretário-geral, Markus Kattner também estaria envolvido em outro acordo firmado, chegando a ser distribuído pela Fifa, em cinco anos, R$ 284 milhões em salários e prêmios.
Outro fator alarmante entre os acordos é que os pagamentos alvos de suspeitas foram firmados em contratos ainda em 2010, antes mesmo da eleição presidencial da Fifa, que ocorrera no mesmo ano. Nos documentos ainda consta a garantia dos pagamentos ao trio até 2019 mesmo se forem demitidos de seus cargos por justa causa. Blatter receberia R$ 43 milhões pela realização da Copa no Brasil, Valcke R$ 35 milhões e Kattner outros R$ 7 milhões.
Recentemente completou um ano do início das operações envolvendo investigações na Fifa. Até agora 41 pessoas foram afastadas ou detidas, inclusive o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, que cumpre prisão domiciliar em Nova York, no seu apartamento na Trump Tower. Ricardo Teixeira, José Hawilla e Marco Polo Del Nero são outros brasileiros envolvidos na operação.
Suspenso de qualquer atividade relacionada ao futebol por oito anos, Joseph Blatter havia assegurado que os R$ 20 bilhões arrecadados pela Fifa com a Copa do Mundo no Brasil seriam revertido ao futebol mundial. Além do ex-presidente da entidade, Jerome Valcke também está suspenso, este por 12 anos, enquanto Markus Kattner foi demitido de seu cargo pelo novo presidente da Fifa, Gianni Infantino, no último dia 23 de maio.