Barcelona teria oferecido 6 mi de euros por silêncio em caso Neymar

A DIS, braço esportivo do Grupo Sonda, é um dos principais interessados no valor exato da negociação.

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A polêmica sobre a transferência do atacante Neymar não envolve apenas Barcelona, Santos e a família do jogador. A DIS, braço esportivo do Grupo Sonda, é um dos principais interessados no valor exato da negociação. Dona de 40% dos direitos do atleta, a empresa revelou que recebeu uma proposta de 6 milhões de euros para "deixar o assunto passar".

Segundo José Barral, presidente do Grupo Sonda, a proposta foi feita por André Cury, que se apresentou a ele como representante do Barcelona no Brasil. "Tomamos um café, e ele nos fez uma oferta inicial de 4 milhões de euros para deixarmos o assunto passar. Sentamos e discutimos quanto merecíamos segundo o valor do atleta. Dissemos a cifra que acreditávamos merecer. Para nós, deviam ser 12 milhões de euros além dos 6 milhões de euros que já havíamos recebido. Ele chegou a 6 milhões de euros. Tivemos três reuniões", relatou o executivo ao jornal espanhol "Marca".

A DIS comprou 40% dos direitos de Neymar em 2009. Na época, a empresa pagou R$ 5 milhões pela fatia (mais comissões). O atacante assinou contrato de cinco anos com o Santos, e o vínculo posteriormente foi estendido até agosto de 2015.

"Ele era um bom jogador, mas ninguém imaginava que ele se transformaria nisso. Fizemos esse investimento para que ele ficasse no Brasil. Caso contrário, podia sair na época", explicou Barral.

Neymar vinha sendo assediado pelo Real Madrid. Aliás, o jogador quase acertou com a equipe merengue quando tinha 13 anos. Segundo Delcir Sonda, dono do grupo Sonda, o atacante viajou à capital espanhola para um período de treinos. Só voltou porque o Santos deu 2 milhões de euros ao pai do atleta.

"O pai do Neymar era um pedreiro. No Brasil, R$ 5 milhões fazem você ser rico. Ele era uma pessoa muito pobre, teve contatos com o Real Madrid e levou o jogador. Marcelo Teixeira [então presidente do Santos] precisou pagar 2 milhões de euros para tê-lo de volta. Isso não afetou a relação entre as partes", disse Delcir.

A "relação entre as partes" só começou a degringolar na negociação para renovação do contrato de Neymar. O acordo do jogador com a diretoria do Santos, que manteve o atacante no futebol brasileiro, reduziu em um ano a duração do vínculo.

"A partir daí acontece uma fantástica e milagrosa decisão de um gênio: Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro [presidente do Santos na época]. Ele reduziu o contrato de Neymar. Acabava em 2015, mas ele reduziu em um ano. O normal é ampliar contratos, mas ele reduziu. E não nos disse. Nem sugeriu", acusou Barral.

De acordo com o executivo, isso minou ainda mais a relação entre DIS e Santos: "Em questões esportivas, eles não tinham obrigação de nos dizer nada. Mas em questões econômicas, temos uma parte. A lei do Brasil diz que decisões unilaterais só podem ser tomadas por quem tem ao menos 75% de uma propriedade, e eles só tinham 55%. Qualquer acordo teria de ser comunicado a nós".

Em setembro de 2011, o Real Madrid fez mais uma tentativa de contratar Neymar. Na época, o jogador chegou a passar por exames médicos com a equipe de Joaquim Grava para assinar com a equipe merengue.

"Em três reuniões diferentes, Wagner Ribeiro e Neymar pai nos oferecem 8 milhões de euros pelos 40% da DIS. Foi quando apareceu o Real Madrid. O pai de Neymar queria comprar a porcentagem, teoricamente, com o que o Barcelona havia dado a ele como adiantamento. Então o Santos tinha uma oferta do Real Madrid", relatou Barral. "Foi uma proposta indecente. Tentaram comprar meus direitos por 8 milhões de euros, mas pensavam em vendê-los por muito mais", completou Delcir.

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