Desgaste, pressão e indefinição. Mauricio Barbieri vive situação muito delicada no Flamengo. E a perna inquieta, balançando a cada resposta durante a entrevista coletiva após a eliminação, deixava claro isso.
A derrota para o Corinthians, que eliminou o clube da Copa do Brasil, elevou a pressão pela demissão a níveis quase insustentáveis. E nem mesmo Eduardo Bandeira de Mello banca a permanência.
O mesmo presidente que há 10 dias, após o empate com o Vasco, tratou como absurda a pergunta sobre o futuro do treinador, se calou diante de questionamento objetivo. O episódio aconteceu durante entrevista coletiva do treinador, também acompanhada por Ricardo Lomba.
Coube a Barbieri se posicionar:
- A decisão é e sempre foi da direção. Volto a dizer que o que me motiva e me faz trabalhar è o desejo de fazer as coisas da maneira correta. A frustração é muito grande, mas a decisão é da direção.
Ao término da entrevista, Bandeira e Lomba foram novamente interpelados e esquivaram-se de entrevistas. O grupo, em procissão que tinha ainda o CEO Bruno Spindel, passou rapidamente pelo vestiário e seguiu para o ônibus com cara de poucos amigos.
A tensão era tão grande que até mesmo o auxiliar técnico Maurício Souza e o preparador Diogo Linhares acompanharam a coletiva. Barbieri atendeu a imprensa após quase uma hora de reuniões no vestiário.
O treinador conversou com Bandeira, Lomba e Noval por um tempo. Em seguida, apenas membros da diretoria se posicionaram a portas fechadas na sala destinada a comissão técnica. Quem estava no local garante que o presidente posicionava-se contra a demissão, enquanto tentava ser convencido da mesma. O vice de futebol queria uma definição imediata.
No auge da pressão, após o empate com o Vasco, Bandeira conseguiu fazer valer sua vontade diante do desejo de Lomba e apoiadores pela troca. Com mais uma frustração e a proximidade das eleições, as cobranças voltaram ainda mais fortes.
O desejo do Flamengo é manter Barbieri na comissão técnica, mas o salário renegociado na ocasião da efetivação - com aumento em carteira acrescido de bônus - pesa contra o treinador. A remuneração não condiz com um cargo de coadjuvante e a permanência está condicionada a uma redução do valor. Por outro lado, a falta de um nome para substitui-lo também pesa na rodada de (in)definições.