A bancada de deputados ligados ao esporte se dividiu na votação da admissão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, no último domingo (17). Houve quase igualdade de votos para levar o caso para o Senado Federal e que rejeitavam a denúncia.
Foram analisados os votos de nove deputados que são notoriamente ligados a clubes, à CBF ou ao lobby de dirigentes. Na lista, cinco votaram em favor de aceitar o impeachment e quatro contra. Uma divisão bem mais equilibrada do que a votação final. Isso mostra como a bancada da bola permeia vários partidos do Congresso.
O deputado mais atuante da bancada da bola no processo de impeachment foi Jovair Arantes (PTB-GO), relator da acusação contra a presidente. Em seu relatório, ele condenou Dilma por supostas manobras fiscais irregulares que configurariam crime de responsabilidade.
Ironicamente, o próprio Jovair, como vice-presidente, foi um dos responsáveis por gestões desastrosas no Atlético-GO com seguidos déficits. Não por acaso ele tentou enfiar uma gambiarra na Lei do Profut para amenizar a responsabilidade de dirigentes por problemas fiscais, justamente o que ele cobrava de Dilma no governo. Jovair, óbvio, votou a favor de dar sequência ao processo contra a presidente.
Entre os deputados ligados à CBF, também houve divisão. Sócio do presidente da entidade Marco Polo Del Nero, Vicente Cândido (PT-SP) votou contra o impeachment. Foi a mesma posição adotada por José Rocha (PR-BA) que já teve diversas campanhas financiadas pela confederação e ajudou a enterrar uma CPI contra a entidade.
Já o diretor de ética e transparência da CBF, Marcelo Aro, votou a favor de aceitar o processo de impeachment, mesma posição de Marcus Vicente (PP-ES), que é vice-presidente da CBF e chegou a substituir Del Nero. Outros favoráveis foram Evandro Roman (PSD-PR) que é ex-árbitro e tem participação ativa na política da Federação Paranaense, e o ex-jogador Deley (PTB-RJ).
Por fim, foi contra o impeachment o ex-presidente do Corinthians, Andres Sanchez (PT-SP), o que era esperado visto sua proximidade com o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os ex-ministros do Esporte, tanto Orlando Silva (PCdoB-SP) quanto George Hilton (PRB-MG) foram contra a continuidade do processo para saída da presidente Dilma.