O Atlético-PR só teve notícias animadoras neste domingo. A vitória por 2 a 0 sobre o Goiás, no Serra Dourada, foi incontestável e tirou a equipe da zona de rebaixamento. Mas não foi só isso. A defesa, que iniciou a rodada como uma das mais vazadas do campeonato, não sofreu gol pelo segundo jogo seguido e se arriscou no ataque com Manoel, que abriu o placar. A equipe venceu a primeira fora de casa no Campeonato Brasileiro. E para completar, o time viu o atacante Maikon Leite marcar seu primeiro gol com a camisa do clube.
Com o segundo triunfo seguido (venceu o Santos na quarta-feira), o Furacão chegou aos 13 pontos e terminará a rodada fora do grupo dos quatro últimos colocados. Isso porque a vitória fez a equipe ultrapassar o próprio Goiás e o Atlético-MG, que só empatou com o Avaí no sábado. Já os goianos permanecem com 12 pontos, em situação preocupante na competição.
Manoel, autor do primeiro gol atleticano, voltou ao time depois de quatro jogos suspenso por conta da confusão com o palmeirense Danilo. Ele formou a zaga com Leandro e Bruno Costa.
Zaga paranaense mostra habilidade
O time de Émerson Leão parecia ter os nervos no lugar depois de toda a confusão no jogo contra o Vitória, no qual o técnico e o atacante Rafael Moura se desentenderam com repórteres no Barradão. Consciente, o meio de campo tentava manter a posse de bola e criou mais chances do que o rival.
No entanto, logo aos 10 minutos, um lance polêmico mudou a cara do jogo. Bruno Mineiro fez um golaço de fora da área, acertando uma bomba sem deixar a bola cair. O camisa 11 saiu para comemorar e, quando o Goiás já se preparava para dar a saída de bola, o auxiliar chamou o árbitro Ricardo Marques Ribeiro para uma conversa. Ele havia flagrado um toque de mão de Alex Mineiro, que deu o passe para Bruno. Dessa forma, o lance foi anulado.
Mesmo assim, o momento serviu para acordar o Atlético-PR, que apenas assistia ao toque de bola do rival. O Furacão resolveu buscar mais o jogo e aproveitar os contra-ataques, já que a defesa goiana deixou muitos espaços. Na defesa, o trio começava a se destacar anulando Rafael Moura e Éverton Santos.
Aos 27, os defensores se aventuraram no ataque e obtiveram êxito. Quem disse que zagueiro não sabe driblar? Bruno Costa provou o contrário. Ele partiu pela esquerda, entortou a marcação e deixou Rafael Toloi no chão. De pé direito, ele cruzou na cabeça de Manoel, que testou para o gol com firmeza, sem chances para Calaça. 1 a 0 Furacão, graças aos zagueiros.
Do outro lado, o Goiás começou a perder gols em sequência. Logo depois do tento atleticano, Bernardo cobrou falta e acertou o travessão do goleiro Neto. Aos 35, foi a vez de Rafael Moura chutar e atingir o poste esquerdo do Atlético-PR. A sorte estava com os paranaenses.
Uniforme diferente, futebol também
O Goiás voltou com roupa diferente para a segunda etapa: a tradicional camiseta verde no lugar da branca, utilizada nos primeiros 45 minutos. Leão conversou muito com o grupo no retorno ao gramado, e ele parece ter pedido pressão total para cima dos visitantes. Isso porque o Esmeraldino começou em alta velocidade, criando muitas chances - e perdendo mais gols.
Aos 9, Wellington Saci avançou pela esquerda e exigiu grande defesa de Neto. Depois, foi a vez de Bernardo arrematar de fora da área e dar mais trabalho ao goleiro. Percebendo a pressão, Carpegiani fez duas alterações que melhoraram ainda mais os dois pontos fortes do Atlético. Para reforçar a boa defesa, o zagueiro Alex Fraga substituiu Wagner Diniz. E para dar velocidade ao contragolpe, Maikon Leite no lugar de Alex Mineiro.
No Goiás, Leão lançou Otacílio Neto no ataque e o jogo ficou ainda mais aberto. Enquanto os goianos se cansavam de desperdiçar bons lances, o Furacão foi preciso. Em sua melhor jogada, Maikon Leite avançou em velocidade, saiu costurando a defesa e chutou de chapa, tirando de Rodrigo Calaça. 2 a 0 e jogo definido para os paranaenses.
No fim, Amaral acertou a terceira bola do Goiás na trave. Para provar mais uma vez que a tarde era mesmo do Atlético-PR, que deixou o campo comemorando muito a fuga da zona da degola.