A noite de quinta-feira marcou o julgamento do Esportivo pelo caso das ofensas racistas contra o árbitro Márcio Chagas. A pena do TJD-RS foi de perda de cinco mandos de campo e multa de R$ 30 mil. Algo lamentado pelo juiz, alvo dos insultos dos torcedores e da violência contra o seu carro. Ele se disse "violentado" pela decisão dos auditores do tribunal e espera que a repercussão negativa da pena conte na hora que for julgado o recurso colocado pela procuradoria.
"Senti a mesma coisa da semana passada. Violentado e decepcionado. Arrasado. Só eu sei o que eu passei", avaliou Chagas.
Foram quatro votos proferidos. Dois que pediam a exclusão do Esportivo do Gaúcho, com perda de pontos. Mas o auditor-presidente Marcelo Castro e o auditor Paulo Nagelstein decidiram o julgamento em favor da pena imposta, já que Castro tem "peso dois" no voto. O procurador Alberto Franco irá entrar com recurso. Não ficou satisfeito com a pena, até pela divisão dos auditores. O mesmo aconteceu com Márcio Chagas.
"Eu tenho o mesmo sentimento que todo mundo, foi uma punição muito branda por todo o ocorrido. Tinhamos oportunidade de fazer história e dar uma satisfação para a sociedade por um ato extremamente violento, e não foi esse o entendimento do tribunal. Me preocupa bastante o fato de uma gravidade como o que aconteceu voltar acontecer", comentou o árbitro gaúcho.
Chagas também afirmou que vai entrar com processo na Justiça Comum contra o Esportivo por danos morais e para recuperar o dinheiro que precisará investir no carro depredado. Seu veículo estava amassado por pontapés ao final da partida entre Esportivo e Veranópolis e com duas bananas no escapamento e no teto do veículo.
Além disso, ele irá depor em Bento Gonçalves para o inquérito policial que irá investigar e tentar descobrir quem cometeu os atos no carro do árbitro, no estacionamento do estádio. O Esportivo, na última semana, afirmou que entregou o nome de dois suspeitos para a polícia da cidade.