A sensação de ainda poder fazer a diferença, o respeito que tem por parte do torcedor e a confiança que recebe diariamente dos companheiros, da comissão técnica, do presidente Juvenal Juvêncio e dos outros membros da diretoria do São Paulo. A junção desses fatores foi determinante para que Rogério Ceni renovasse seu contrato com o Tricolor por mais uma temporada.
Normalmente ponderado em suas declarações, Ceni não escondeu a emoção durante a entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira e que durou aproximadamente 25 minutos. Ele falou de vários assuntos: sobre como se sente bem prestes a completar 40 anos em janeiro próximo, de como ainda é apaixonado pela rotina de jogador de futebol após 22 anos de carreira e de como foi a conversa que teve com o diretor de futebol, Adalberto Baptista, para bater o martelo.
- Uma coisa eu posso dizer. A minha história começou aqui e vai terminar aqui.
Confira abaixo os melhores momentos da entrevista.
Renovação
"A conversa durou aproximadamente 15 minutos. Pessoalmente, falei com o Adalberto (diretor de futebol) e por telefone com o Juvenal (Juvêncio, presidente). Agradeço a eles pela confiança que depositaram e principalmente ao torcedor, que é meu grande motivo de entrar em campo e vestir essa camisa. Estou muito feliz de continuar mais um ano na minha casa. O São Paulo é o grande amor da minha vida e só continuei porque as pessoas acham que posso ser útil. A palavra de quem manda e decide é fundamental para que você se sinta motivado".
O que significa continuar
"Isso aqui para mim não é um simples emprego. É a minha vida. Gostaria que todos aqui trabalhassem como se a empresa fosse sua. Quando isso acontece, você se apega mais, rende mais, tem mais paixão no que faz. Falo sempre isso para os meus companheiros. Eu só continuo porque ainda tenho muito vontade de ganhar. Vou continuar sendo chato, cobrando do mesmo jeito, lutando pelo que acho necessário. Só para fazer figuração não ficaria".
O que planeja para 2013
"Títulos. Precisamos ganhar. Vamos tentar fechar 2012 com o título da Sul-Americana. Independentemente do adversário na semifinal, seja Grêmio ou Universidad Catolica, teremos muitas dificuldades. O meu sonho, como de todo o torcedor são-paulino, é ter um time competitivo, capaz de buscar conquistas".
Estado físico prestes a completar 40 anos
"Fisicamente eu me sinto muito bem, fazendo certa manutenção. Os meus treinos, que duravam duas horas, hoje demoram quatro entre preparação, treino e recuperação. Sem isso, sem prevenção, não conseguiria continuar. Hoje tenho de fazer botinha, alongamento, fortalecimento. Mas, por incrível que pareça, essa rotina ainda é apaixonante".
Em algum momento, pensou que iria parar?
"Quando operei o ombro, principalmente no início da recuperação, achei que não conseguiria voltar pela dor que sentia, pelo fato de ter muita limitação nos movimentos. O começo da volta foi difícil, havia desequilíbrio muscular. Hoje, com 30 jogos consecutivos, me sinto muito melhor. Espero fazer o meu melhor. Ainda tenho lenha para queimar".
Facilidade para renovar
"Não coloquei nem advogado para ler o contrato. Minha relação com o São Paulo vai muito além disso. Tenho total confiança nas pessoas que comandam o clube. Tanto que nada foi mudado no meu acordo, além do tempo".