O presidente do Corinthians, Augusto Melo, afirmou nesta sexta-feira (23) que é inocente e que não pretende renunciar ao cargo. A declaração foi dada durante entrevista coletiva após ele e outras três pessoas serem indiciadas pelos crimes de furto, lavagem de dinheiro e associação criminosa, em inquérito que investiga irregularidades no contrato com a casa de apostas Vai de Bet.
"Estou tranquilo, sou inocente, estou indignado com essa situação. Vou mostrar que minha vida e minha trajetória são de caráter e honestidade. Todos ali no clube me conhecem e nunca tive envolvimento", afirmou Melo, negando qualquer participação em atos ilícitos.
A investigação aponta que parte da comissão paga pela Vai de Bet ao Corinthians foi repassada à empresa UJ Football Talent Intermediação Ltda., considerada pela polícia como um dos braços do Primeiro Comando da Capital (PCC) no futebol. O nome de Danilo Lima de Oliveira, conhecido como "Tripa", ligado ao PCC, foi citado em delação premiada.
Advogado defende inocência
Ao lado do presidente na coletiva, o advogado Ricardo Cury reforçou a tese de inocência e criticou a falta de provas. “Não tem uma prova sequer que implique o presidente Augusto, não tem nada, nada, nada”, declarou o defensor, referindo-se ao relatório final da Polícia Civil.
Melo também respondeu sobre os pedidos de impeachment que enfrenta internamente no clube e descartou qualquer possibilidade de deixar o comando. “Não passa pela minha cabeça, em hipótese alguma, renunciar. Esse foi um grande contrato. Se teve algum problema, a Justiça vai deixar claro isso mais para frente”, disse.
Ele ainda argumentou que não é o responsável por prejudicar a imagem do clube. “Não vou renunciar, estou muito tranquilo. Isso não é manchar o Corinthians. Eles fazem com que o Corinthians seja manchado, não eu", declarou o presidente, demonstrando confiança na resolução do caso.
A empresa UJ Football Talent, que recebeu parte do dinheiro do contrato, está ligada a Danilo “Tripa”, conforme apontado por Vinicius Gritzbach em colaboração ao Ministério Público. A defesa de Danilo, no entanto, nega qualquer relação com o crime organizado.