A frustração tomou conta do Flamengo após a derrota por 2 a 1 no clássico com o Fluminense, quarta-feira, no Maracanã. Resultado ruim, gol sofrido aos 47 do segundo tempo e chance perdida de diminuir a diferença para o líder São Paulo. Esse mix de ingredientes deixou o clima ainda mais pesado.
Depois da partida, havia revolta com o sentimento de que o jogo estava controlado e foi desperdiçado com erros bobos. O tom das cobranças subiu, mas a paciência da torcida com Rogério Ceni é bem menor do que internamente. A margem de erro no Brasileiro, que já era pequena, diminuiu ainda mais.
Depois do jogo, ainda no estádio, Ceni e sua comissão tiveram uma conversa mais longa com o vice de futebol Marcos Braz e com o diretor Bruno Spindel - a reunião pós-jogo é algo de praxe. A ideia é tentar unir forças e encontrar soluções.
- Sofrendo gols dessa maneira, fica difícil. Mas não podemos desanimar nem nos abater. Faltam 11 rodadas, infelizmente tivemos essa derrota. É continuar trabalhando, fazer a vitória acontecer. Não podemos parar - afirmou o treinador.
O jogo contra o Ceará, domingo, no Maracanã, ganhou uma carga dramática extra para Rogério Ceni administrar junto com time.
Fla-Flu quente na "arquibancada"
O Fla-Flu mexeu com o ânimo também dos dirigentes dos clubes. Sem torcida na arquibancada, coube a eles o papel de cobrar e tentar incentivar. Os rubro-negros reclamaram muito das decisões do árbitro e do que consideraram ser cera do Fluminense.
Em determinado momento, Wellington Silva, que havia sido substituído, saiu do banco, se virou para arquibancada, fez gestos e disse: "Vocês estão falando demais. Menos!"
Depois, o embate ficou mais direto entre os dirigentes. O presidente Mario Bittencourt era um dos mais exaltados. O principal alvo da ira dos tricolores era Cacau Cotta, diretor de relações externas do Flamengo. Foram muitos xingamentos, que, a partir do segundo gol do Flu, se transformaram em provocações.