Nascido em São Petersburgo, em Pinellas County, no estado da Flórida, Nicholas Mevoli tornou-se um fenômeno do mergulho livre (apneia) em um ano. Recordista americano, Mevoli foi talvez vítima da própria confiança. Durante uma das etapas do circuito internacional da Aida, Federação Internacional Mundial para apneia em mergulho, nas Bahamas, o americano atingiu 72 metros antes de voltar. No retorno, porém, após 3 minutos e 38 segundos sob a água, Mevoli tirou ou teria perdido os óculos de proteção, perdeu a consciência e morreu logo depois.
- A morte do Sr. Mevoli foi a primeira em mais de 20 anos de competições da Aida. Vamos rever o acidente para saber o que podemos fazer para evitar mais lesões graves - disse a entidade em comunicado divulgado na segunda-feira.
Após treinar por dois anos em piscinas e tanques no Brooklyn, onde passou a viver, Mevoli foi em busca de mais um recorde, agora nas Bahamas, na "Dean?s Blue Hole", cavidade de 200 metros de profundidade, lendária, de cor azul-turquesa, e localizada em uma ilha quase deserta. Reza a lenda que o local teria sido esculpido pelo diabo, e a população avisa sempre que ninguém deve se aventurar por ali.
- A água é a aceitação do desconhecido, de demônios, de emoções, de deixar ir e permitir-se fluir livremente com ela. Venha para a água disposto a ser consumida por ela, mas também tenha a confiança de que a sua capacidade irá trazê-lo de volta - disse Mevoli em post publicado em junho.
Em 2012, Nicholas atingiu a marca de 91 metros em sua primeira grande competição, em Fort Lauderdale, na Flórida. A marca foi impressionante, já que meses atrás o atleta não passava de 30 metros. Em maio, em Honduras, ele conseguiu 100 metros na disciplina constante de peso e ficou sob a água por 2 minutos e 45 segundos.