As torcidas rivais do Real Madrid, especialmente do Atlético de Madrid, continuam a perseguir Vinícius Júnior com atos racistas. Nesta quarta-feira, antes do clássico das oitavas de final da Liga dos Campeões, torcedores do Atlético transformaram o que deveria ser uma celebração pré-jogo em um discurso de ódio. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, um grupo é visto cantando uma versão racista de um canto tradicional, chamando o atacante brasileiro de “chimpanzé”.
O coro entoado pelos torcedores, “Alé, Alé, Alé, Vinícius chimpanzé”, foi cantado nos arredores do Estádio Metropolitano, palco do duelo, como uma versão deturpada do famoso “Alé, Alé, Alé, Atleti te amo, contigo até o final”. Este tipo de atitude não é uma novidade para o jogador, que tem sido alvo constante de ofensas racistas, especialmente durante os clássicos entre as duas equipes, grandes rivais da capital espanhola.
Ataques racistas
O Atlético de Madrid tem um histórico de episódios racistas, e Vinícius Júnior, em particular, tornou-se um dos principais alvos dos ataques. No ano passado, durante as oitavas de final da Liga dos Campeões, a mesma música foi cantada pelos torcedores, em um jogo contra a Inter de Milão, apesar de o jogador não estar presente em campo. Em resposta à situação, Vini Jr. expressou sua indignação nas redes sociais e pediu punições para os responsáveis, chamando atenção para o fato de que esses casos ocorrem mesmo quando ele não está jogando.
Em janeiro de 2023, a situação foi ainda mais grave, quando um boneco com a camisa de Vinícius Júnior foi pendurado em uma ponte, simulando um enforcamento, acompanhado por uma faixa com a mensagem “Madri odeia o Real”. Esse episódio se tornou um dos mais emblemáticos dos ataques racistas sofridos por Vini Jr., refletindo o clima hostil e o racismo que o jogador continua enfrentando em diversas ocasiões, especialmente durante os clássicos de Madrid.
Apesar do protocolo de "tolerância zero" adotado pela La Liga, que visa combater os casos de racismo no futebol, os episódios continuam a ocorrer com frequência. Em setembro de 2024, torcedores arremessaram objetos em campo e fizeram mais insultos racistas durante um clássico. O Atlético de Madrid, em resposta, anunciou a expulsão permanente de nove sócios envolvidos, embora sem especificar os atos. No entanto, o esforço para combater esses ataques segue em andamento, com algumas punições sendo impostas, como no caso de torcedores do Valencia, que foram condenados pelo Ministério Público da Espanha, embora tenham feito um acordo para suspender a prisão. Em meio a essa luta, Vinícius Júnior foi nomeado Embaixador da Boa Vontade da UNESCO, como um símbolo de sua resistência e da luta contra o racismo no esporte.