Andre e Phelipe fazem dobradinha com prata e bronze no Rio

Não deu para repetir a dobradinha de ouro e prata como em Pequim

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Não deu para repetir a dobradinha de ouro e prata como em Pequim 2008 e Londres 2012, mas Andre Brasil e Phelipe Rodrigues estão juntos no pódio dos 100m livre S10 pela terceira vez seguida em Paralimpíadas. Em mais uma disputa bastante equilibrada com os ucranianos Maksym Krypak e Denys Dubrov, que vêm sendo uma pedra no sapato dos brasileiros na Rio 2016, o carioca e o pernambucano até chegaram a liderar, mas acabaram ultrapassados por Krypak, que levou ouro da prova nos metros finais. Ainda assim, Andre e Phelipe levantaram a galera no Estádio Aquático superando Dubrov e garantindo prata e bronze para o Brasil, respectivamente. Com os dois melhores tempos de reação na largada, os brasileiros saíram bem na frente dos rivais e dominaram a primeira metade.

Porém, nos últimos 50m, Krypak e Dubrov cresceram e voltaram a incomodar os atletas da casa. Em uma chegada eletrizante, o recordista mundial, Andre Brasil, acelerou nos últimos metros, mas não o suficiente para bater Krypak, que venceu com 51s08 contra 51s37 do brasileiro. Phelipe levou a melhor no duelo particular com Dubrov e fechou o pódio com o bronze em 51s48.- Faltaram ali em torno de sete metros, realmente não sei o que aconteceu.

Uma braçada mais alongada, esticada, como geralmente eu faço. Eu achei que nadaria na casa dos 50s. O ucraniano fez 0,01 daquilo que nadei em Londres e ficou com o ouro. Eu nadei um pouco pior, mas não vou descartar uma prata. Você pode ver toda a evolução que o esporte teve com os tempos de hoje e fico feliz de fazer parte desta transformação, desta grande festa, pois acho que nunca veremos um público como esse que vemos hoje. Estou imensamente feliz por isso - avaliou Andre Brasil.Foi a segunda medalha do carioca no Rio.

Após bater na trave em suas duas primeiras provas e desistir da terceira, Andre conseguiu quebrar o jejum em casa na segunda-feira, com o bronze nos 100m borboleta, também atrás dos ucranianos. O multicampeão agora soma 12 medalhas em Paralimpíadas - sete ouros, quatro pratas e um bronze. Ele é o quarto atleta brasileiro mais laureado na história dos Jogos, atrás apenas de Daniel Dias (20), Clodoaldo Silva (14) e Ádria Santos (13).Aos 32 anos, Andre evita falar em fim de carreira, mas já admite que terá que repensar a estratégia para as próximas competições. Com um programa carregado de oito provas, o brasileiro ainda terá outras três disputas pela frente no Rio: os 400m livre S10, além dos revezamentos 4x100m livre e 4x100m medley até 34 pontos.

- É uma competição muito desgastante tanto pra mim quanto para o Daniel (Dias), dando o melhor que nós podemos para o nosso país. Talvez seja a hora de eu começar a pensar diferente. Não vou me aposentar ainda, e a competição não acabou, temos ainda um revezamento forte. Provavelmente, pensando para Tóquio 2020, eu farei um programa de provas menor, trabalhando especificamente para algumas e aí, de repente, pode subir ao topo do pódio. Mas esporte é isso, é muito trabalho e muita dedicação - concluiu Andre Brasil. Como Andre, Phelipe Rodrigues também garantiu sua segunda medalha no Rio.

Na sexta-feira, o nadador de 26 anos já tinha subido ao pódio com a prata nos 50m livre S10, quando conseguiu se infiltrar entres os ucranianos Krypak e Dubrov. O pernambucano agora soma cinco medalhas paralímpicas na carreira e também estará nos revezamentos 4x100m livre e 4x100m medley do Brasil.- Achei que nos 100m foi melhor que nos 50m, mesmo com o bronze. Porque fiz o melhor tempo da minha vida. Os 50m livre tive um errinho no final, treinei para fazer mais que aquilo. Mas estou super feliz com as duas provas.

Esses 100m livre serviram para mostrar que estou muito bem e isso me motiva ainda mais. Não só para a próxima Paralimpíada, mas também para muitas outras coisas mais para a frente - disse Phelipe.

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