O técnico da Seleção Brasileira, Carlo Ancelotti, voltou a criticar os calendários impostos por Uefa e Fifa. Em entrevista ao jornal italiano Il Giornale, publicada nesta sexta-feira (22), o treinador afirmou que o excesso de partidas tem comprometido o nível do futebol de alto rendimento e aumentado o número de lesões.
“Sim, jogamos demais e mal, o futebol é mais analítico, intenso, rápido, mas a Fifa e a Uefa têm que revisar os calendários. São muitos jogos, nem todos de qualidade, e há lesões demais” , declarou Ancelotti.
A pauta não é nova para o treinador. Quando comandava o Real Madrid, na temporada 2024/25, o clube disputou 68 jogos em sete competições diferentes: Campeonato Espanhol, Copa do Rei, Supercopa da Espanha, Supercopa da Europa, Liga dos Campeões, Copa Intercontinental e Copa do Mundo de Clubes.
Segundo Ancelotti, a sobrecarga compromete o espetáculo e exige mudanças urgentes no formato atual.
Redução nas ligas nacionais
O técnico também comentou a possibilidade de diminuir o número de equipes nas principais ligas nacionais, passando de 20 para 18 times, formato já adotado em campeonatos como o Brasileiro, a Premier League, a La Liga e a Série A italiana.
“Me parece uma boa solução reduzir de 20 para 18 times nas ligas, se evitaria os confrontos de baixa qualidade, e assim os gastos também seriam mais lógicos. Mas deve haver um acordo entre as partes, e até agora isso não aconteceu”, disse.
Ancelotti ainda criticou o fato de técnicos e jogadores não serem ouvidos nas discussões sobre o calendário do futebol mundial:
“Somos os mais bem pagos, talvez por isso não nos queiram na mesa”, afirmou.
Seleção Brasileira em campo
Enquanto cobra mudanças no futebol global, o treinador se prepara para mais um desafio com a Seleção. A nova convocação do Brasil será anunciada na próxima segunda-feira (25), à tarde. Em setembro, a equipe encara o Chile, no dia 4, e a Bolívia, no dia 9, pelas últimas rodadas das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.