Em meio à polêmica do soco no torcedor, risco de punição e sem qualquer objetivo maior na temporada a não ser readquirir o ritmo de jogo, Neymar viajou com a delegação do Paris Saint-Germain para entrar em campo nesta terça-feira.
Três dias depois da perda do título da Copa da França no sábado passado, diante do Rennes, o craque vai entrar em campo pela terceira vez. Saído do banco de reservas no domingo retrasado, contra Monaco para o jogo seguinte à confirmação do título da Ligue 1, Neymar disputou os 120 minutos da final no último fim de semana, fez gol e deu assistência.
Mas o que ele gaanhou fora de campo foi manchete. Além da agressão ao torcedor, suas declarações na zona mista repercutiram nos jornais do país. Em reportagem publicada nesta terça sob o título "As máscaras caem", o Le Parisien afirma que as críticas aos mais jovens do elenco do PSG foram direcionadas ao goleiro Areola e ao zagueiro Kimpembe. De acordo com a publicação, o comportamento dos dois depois da conquista do título da Copa do Mundo de 2018 pela seleção gaulesa desagradaria o brasileiro e também o técnico Thomas Tuchel.
- Eu sei o que Neymar quer dizer. A única coisa que posso dizer é que existem jogadores que gostam de ganhar e outros que odeiam perder. É muito diferente, porque todo mundo gosta de ganhar, mas apenas alguns jogadores odeiam perder. Precisamos de muito mais jogadores que odeiam perder e mostrar todos os dias - disse Tuchel na entrevista coletiva de segunda-feira, quando também criticou neymar pela agressão ao torcedor e ter exposto o problema interno do grupo, esclarecendo que não há crise de relacionamento entre o brasileiro e Mbappé.
A reportagem do Le Parisien tenta mostrar, por uma série de declarações de jogadores, que o elenco do PSG estaria rachado. Os jovens jogadores, por sua vez, acham que os brasileiros se beneficiam de tratamento diferenciado, de acordo com o jornal. Quem é citado também é o veterano lateral-direito Daniel Alves, de 35 anos, como uma das vozes contra a postura de alguns mais novos do time. "Eu tenho a sensação de que dentro do clube as pessoas não sabem... Eu sei como ganhamos e como perdemos. Eu quero ser escutado mais." disse Daniel Alves depois da final de sábado passado, em declaração reproduzida pelo jornal.
Até o fim da temporada, o PSG tem mais cinco jogos. Nem o técnico Thomas Tuchel é capaz de dizer como a crise pode se refletir em campo. "Eu não sei o que podemos esperar de nós" disse Tuchel.