Adriano pára de jogar por tempo indeterminado : “Estava muito infeliz na Itália”

O agente de Adriano, vai à Itália na próxima semana para negociar a situação do jogador

Adriano pára de jogar por tempo indeterminado | Globo Esporte
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O atacante Adriano revelou em entrevista coletiva nesta quinta-feira, num hotel da Zona Oeste do Rio, que vai ficar sem jogar por tempo indeterminado. A ideia do Imperador, que se disse infeliz no futebol italiano, é repensar a carreira nos próximos meses.

- Perdi a alegria de jogar. Todo mundo tem o direito de ser feliz no trabalho. E eu estava infeliz na Itália. Não sei se vou ficar um, dois ou três meses sem jogar. Vou repensar a carreira. Sou feliz no Brasil ao lado dos meus amigos e dos meus familiares - disse o Imperador, vestindo bermuda e chinelos.

Gilmar Rinaldi, agente de Adriano, vai à Itália na próxima semana para negociar a situação do jogador junto ao Inter de Milão. O próprio Imperador sugeriu que seus salários sejam suspensos até que a situação seja resolvida.

Adriano aproveitou para negar veementemente que tenha problemas de saúde.

- Não sou doente. O Adriano não está morto (risos). Estão até me matando - declarou.

Segundo disse o atacante, ele não sofre nem mesmo de depressão. Ele tentou externar o que se passa com sua vida no momento.

- Queria explicar o que houve nos últimos dias. Colocaram muitas coisas no jornal. Tudo o que eu fiz foi bem pensado. Conversei com minha família, meus amigos e meu empresário. Estou fazendo isso pensando na minha felicidade. Não tenho nada contra o Inter, só não gostava de viver na Itália. Eu me sentia pressionado e suportei uma pressão grande desde os 18 anos de idade. Muita gente não vai entender, é uma situação ruim, chata, não é fácil. Mas é uma opção de vida.

Em relação às suas idas à Vila Cruzeiro, favela da Zona Oeste do Rio onde nasceu e foi criado, Adriano foi taxativo.

- Não vou deixar de frequentar a minha comunidade de maneira alguma. É lá que eu fico à vontade, de bermuda e descalço. Não tenho esse tipo de contato (com traficantes). Mas sei que lá têm pessoas boas e as que seguiram outro tipo de vida. Se falar que nunca vi (bandidos), é mentira. Só que uma coisa é saber quem é, outra é se relacionar. Se ver um deles vou apertar a mão e nada mais - afirmou.

Preocupação em não decepcionar as crianças

Por mais que tenha conversado exaustivamente com seus familiares antes de decidir parar de jogar por tempo indeterminado, o Imperador ressaltou que está preocupado com o que as crianças vão pensar.

- Quando era pequeno, acompanhava a vida dos jogadores importantes e procurei me espelhar neles. Hoje muitas crianças me olham e dizem. "Oh, é o Adriano Imperador!". Fico chateado de tomar essa decisão por causa daqueles garotos que "jogam comigo" no Playstation (faz gesto com as mãos como se estivesse jogando videogame) - lamentou o atacante da seleção brasileira e do Inter de Milão.

Adriano viveu o sonho de várias crianças brasileiras - tornou-se uma celebridade do futebol mundial. Após defender Flamengo- onde foi revelado- Fiorentina, Parma, São Paulo, Inter de Milão e seleção brasileira, o atacante chegou à conclusão que a cobrança para jogar em alto nível estava insuportável.

- Estava me sentindo muito pressionado. Nada contra o Inter de Milão e o presidente do clube, que considero um pai para mim. Mas foi uma opção de vida. Não sei o que vai acontecer daqui para frente. O meu empresário (Gilmar Rinaldi) ficou de ir à Itália resolver esse problema. No momento não quero pensar no futuro. Quem for inteligente vai entender a minha decisão - destacou.

Retorno ao futebol brasileiro

Perguntado se havia a possibilidade de voltar a jogar por um clube brasileiro, Adriano só deu uma opção:

- Se eu for jogar no Brasil, tem de ser no Flamengo. Se não minha avó me mata - brincou.

Em 20 minutos de entrevista coletiva, Adriano tirou um peso das costas que o atormentava desde que desembarcou no país para defender a seleção brasileira contra o Peru, em Porto Alegre. Ao fim da conversa com jornalistas e longe dos microfones, o Imperador confessou ao assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva.

- Eu tinha que falar a verdade. Era isso que precisava ser feito - concluiu, admitindo que demorou a debelar os boatos sobre o seu paradeiro no Rio de Janeiro.

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