Adilson Batista não é mais o técnico do Corinthians. A queda logo após a derrota por 4 a 3 para o Atlético-GO, neste domingo, no Pacaembu, pela 29ª rodada do Brasileirão. O treinador assumiu o comando do Timão após a saída de Mano Menezes, que foi convidado a dirigir a Seleção Brasileira. Estreou contra o Palmeiras, dia 1º de agosto. De lá para cá foram 17 jogos: sete vitórias, quatro empates e seis derrotas.
Quando Adilson chegou, o Corinthians era líder da competição, com 24 pontos em 11 jogos. Agora está em terceiro, com 49, a cinco pontos do líder Cruzeiro. O Timão não venceu nenhum dos últimos cinco jogos, o título ficou distante e o treinador não resistiu. Segundo o diretor de futebol do clube, Mário Gobbi, Adilson pediu para sair.
- O professor nos procurou entendendo que deveria deixar o caminho livre, pois não quer causar nenhum prejuízo ao clube, que vive um momento de decisão. Enxergou com a grandeza de alma, de espírito. Percebeu que, pelo Corinthians, seria boa a saída dele. Quero dizer que foi uma honra ter o Adilson conosco, um treinador competente - afirmou.
Adilson admitiu que não conseguiu dar sequência ao trabalho de Mano Menezes. Por isso, achou melhor sair para não atrapalhar o Corinthians.
- Entendo a situação e, conversando com o Mário, disse que queria o bem da instituição. Questionaram se eu estaria com medo ou se seria um ato de covardia. A minha carreria é vitoriosa desde o Mogi Mirim. Infelizmente, não foi possível dar sequência ao trabalho do Mano. Então, entendemos que era melhor o Corinthians buscar outro treinador. Peço desculpas ao torcedor por ter assumido o time na primeira posição e estar deixando em terceiro. Acho que o Corinthians ainda tem chance de ser campeão. Vou estar torcendo pelos meninos.
O treinador desmentiu boatos de que houve briga no vestiário após a derrota para o Dragão e que ele teria sido derrubado por complô de jogadores. Mas não gostou de ver uma reunião entre diretores, atletas e torcedores organizados no último sábado, no Parque Ecológico.
- Nenhum atleta tentou me derrubar. É um dos fantasminhas que alguns plantam. O que houve foi dedicação integral de todos eles. Tem coisas que são internas e procuramos guardar lá dentro, mas posso garantir: não houve briga de vestiário, nem desentendimentos. Nada disso... - Às vezes o próprio torcedor cria um clima desfavorável, e os atletas não rendem. Vida que segue. É evidente que não acho legal esse tipo de situação (reunião com a organizada), mas preciso respeitar ? falou Adilson.
Gobbi explicou ainda que tudo aconteceu muito rapidamente. Por isso, o clube ainda não pensou num substituto. Ele garantiu que a diretoria corintiana não tinha intenção de demitir Adilson fosse qual fosse o resultado deste domingo. No entanto, logo após a partida, o presidente Andres Sanches deixou o seu camarote bastante transtornado e seguiu em direção ao vestiário. Minutos depois, veio a confirmação de que o técnico estava fora.
- Nós não viemos ao Pacaembu hoje para trocar de treinador. Isso é um fato novo, que aconteceu há meia hora. Como sempre fizemos, vamos sentar com o presidente, ver o que é melhor para o grupo, para o Departamento de Futebol e vamos buscar uma solução. Não temos um plano, porque não tínhamos a intenção e nem cogitávamos a mudança que está acontecendo.
No entanto, Adilson Batista acabou dando pistas. Citou Carlos Alberto Parreira.
- Às vezes, falta sintonia. Mas pode vir um Carlos Alberto Parreira e encaixar. Olha eu dando dica! Mas vocês têm de apertar os homens lá dentro (dirigentes).