Depois de muita reclamação, principalmente de goleiros, a Fifa resolveu proibir a paradinha na cobrança de pênaltis. A partir desta terça-feira (1º), os árbitros deverão invalidar o lance e dar cartão amarelo ao jogador que interromper o seu movimento bruscamente na hora do chute.
O artifício continua válido quando o jogador dá a parada durante a sua corrida para a bola, antes de fazer o movimento do chute.
Com a proibição, a Fifa pretende facilitar a vida dos goleiros, que geralmente ficam caídos no chão quando acontece lance.
Um dos goleiros mais descontentes com o lance é o são-paulino Rogério Ceni. Em fevereiro, quando tomou um gol do santista Neymar, aproveitou para dar um conselho ao jovem atacante
- Falei para ele fazer isso aqui enquanto é permitido. Lá fora não pode.
A Fifa pode ter acabado com a paradinha, mas o futebol ainda terá que conviver com outras malandragens. Uma das mais comuns é quando o goleiro se adianta no momento da cobrança do pênalti. Rogério Ceni é justamente dos que mais fazem isso.
Torneios importantes já tiveram o seu rumo alterado porque os goleiros se adiantaram durante disputa por pênaltis. Foi o caso da decisão da Liga dos campeões de 2003, em que o brasileiro Dida pegou três pênaltis da Juventus ao chegar quase na linha da pequena área.
Na semifinal da Copa América de 2007, o goleiro da seleção brasileira, Doni, adiantou-se para pegar a cobrança do uruguaio Lugano. A defesa valeu a classificação brasileira para a final e revoltou os uruguaios, que criaram uma grande confusão após o fim da partida.
Principal torneio de clubes da América, a Libertadores é repleta de episódios de malandragem. É comum, em países como Chile e Colômbia, a polícia ter que formar um corredor com escudos para evitar que o atleta da equipe que está jogando fora de casa seja atingidos por objetos jogados da arquibancada.
Na final do Campeonato Paulista contra o Santo André, Paulo Henrique Ganso, do Santos, usou um artifício legal para gastar tempo. Como sua equipe estava com apenas oito jogadores em campo, o meia deu apenas um toque na cobrança de escanteio. Os rivais demoraram alguns instantes para perceber que o lance já havia sido executado e o jogador conseguiu manter a bola longe de sua defesa.
O atacante Kerlon, ex-Cruzeiro e atualmente na Inter, da Itália, criou um lance para evitar que os rivais lhe tirassem a bola. Ele controlava a bola com a cabeça. Surpreendidos, os adversários geralmente faziam faltas.
Apesar de pouco comum, o pênalti pode ser cobrado em dois toques, desde que a bola seja rolada para frente. Um dos poucos jogadores a usar o recurso no Brasil foi o veterano Euller, que marcou um gol dessa maneira pelo América-MG, em 2008.