A família do meio-campista palmeirense Tinga mora em Bom Jardim, cidade serrana do Rio de Janeiro a 20km de Nova Friburgo, devastada pelas chuvas nas últimas semanas. O jogador afirmou, nesta segunda-feira, que estava bastante agoniado com a situação de seus familiares, já que só conseguiu obter informações sobre parentes e amigos depois de três semanas. Antes disso, o atleta ainda não havia conseguido falar com ninguém.
"Fiquei bem agoniado, sem saber notícias, sem saber o que aconteceu. Depois de três semanas tive contato com meu pai. Queria ouvir meus irmãos, minha mãe, mas foi difícil. A cidade acabou. Quem está dentro não sai e quem está fora não tem como entrar, mas graças a Deus não houve vítimas. Fiquei bem triste porque é uma vida que a gente constrói na cidade e tudo de uma vez não tem mais nada. Cresci com meus amigos lá, nos campos de futebol, fiquei bem triste, bem frustrado. Espero que todos ajudem a arrecadar alimentos", afirmou o jogador, bastante abalado com a situação.
Mesmo aliviado por saber que sua família está bem, Tinga comentou a morte de amigos de Nova Friburgo, principal cidade devastada pelas chuvas no Rio de Janeiro. O meio-campista fez questão de divulgar a campanha feita pelo Palmeiras para arrecadar alimentos, roupas e até brinquedos para as vítimas das enchentes.
"Tenho amigos de Friburgo, que conheci quando era criança. O Kleber (atacante) fez uma reunião para ajudarmos na arrecadação, com brinquedos, roupas. Nessas horas tudo é bem-vindo. Todos os clubes, torcida, imprensa deveriam ajudar nessa campanha", disse Tinga.
O número de mortes causadas pelas chuvas no Rio de Janeiro já passa de 600. Além disso, muitas pessoas ainda estão desaparecidas. Nesta segunda-feira, até as 18h (de Brasília), o Palmeiras arrecada alimentos não perecíveis, roupas, travesseiros e colchões. O clube informa que está sendo necessária a doação de caixas de papelão ou plástico para o armazenamento das roupas e alimentos.