Se uma pessoa treina bastante inglês, violão, matemática ou qualquer outra coisa, as chances de ficar muito boa nisso são maiores.
Geralmente é esse o método que muitas pessoas utilizam para aprender melhor: repetição, repetição e repetição. Mas o aprendizado depende de um pouco mais do que fortalecer neurônios; também é sobre se livrar do que não usamos. Esse processo se chama “poda sináptica”.
Entenda
As conexões sinápticas do nosso cérebro são como uma pequena trilha que neurotransmissores, como dopamina e serotonina. Mas essas conexões precisam de manutenção, e é aí que entram as células gliais e microgliais.
As células gliais estão ali para acelerar os sinais entre alguns neurônios, enquanto as células microgliais são como removedores de lixo: a função delas é fazer essa “poda” nas conexões sinápticas que não têm muita utilidade.
Cientistas ainda não sabem ao certo o que faz com que a célula microglial identifique qual conexão podar, no entanto, o que se sabe é que as conexões menos “treinadas” e “pensadas” são menos marcadas por algumas proteínas, como a C1q. E quando os radares das microgliais detectam isso, elas se grudam na proteína e podam a sinapse. É desse jeito que o seu cérebro arranja espaço para você aprender coisas novas.
Ajuda
Muito provavelmente você já tenha sentido que seu cérebro está cheio, e que não importa o quanto tente, a informação não fica na sua cabeça. Talvez você não esteja dormindo o quanto precisa.
Acontece que o cérebro poda conexões ineficientes enquanto dormimos. É por isso que, não raramente, acordamos de uma boa noite de sono com a cabeça limpa, podendo pensar com muito mais eficiência. Ou seja, agora que as “trilhas” do cérebro estão limpas, você tem muito mais espaço para absorver novas informações e de fato aprender.
Cochilar também ajudam. Um cochilo de 10 ou 20 minutos é tempo suficiente para que as micróglias entrem e façam uma poda rápida em algumas sinapses.