Muita gente tem pavor de sapo e treme só de pensar no bicho. Imagina, então, beber um copo de leite que estava, há minutos atrás, com um anfíbio nadando nele? É de causar repulsa e pode parecer mentira, não? Pois saiba que, na Rússia, esse foi o procedimento para manter o leite bom por mais tempo, sem estragar. Isso foi antes da refrigeração, claro!
As caixas de gelo começaram a surgir somente a partir do século 19 e prevaleceram até meados de 1930, quando aparecem as primeiras geladeiras elétricas. Porém, apesar da grande quantidade de gelo no país, os russos de algumas pequenas aldeias rurais não tinham acesso a essas caixas. O jeito encontrado para deixar o leite sempre gelado e intocado era jogar um sapo dentro de pequenas porções da bebida.
Pesquisadores da Universidade Estadual de Moscou, liberados pelo químico orgânico Dr. Albert Lebedev, acharam interessante esse fato e resolveram investigar. O resultado desse estudo mostra que, apesar de nojento, essa técnica talvez possa trazer algum benefício para as pessoas que beberem esse leite.
Poderoso antibiótico
Em 2010, alguns cientistas da Universidade dos Emirados Árabes anunciaram que a pele de algumas rãs soltavam uma secreção com poderosas propriedades antibacterianas e antifúngicas. Também estudaram os compostos provenientes de alguns sapos, conhecidos como peptídeos antimicrobianos.
Foi constatado, por exemplo, que uma temida infecção bacteriana resistente a drogas que é conhecida por aparecer em soldados feridos no Iraque pode ser combatida por um componente encontrado na pele de um sapo nativo da América do Norte. Secreções de outro sapo pode ter o potencial de combater infecção de pele por estafilococos.
Tudo isso serviu de base para que a Universidade Estadual de Moscou fizesse os seus experimentos. Eles tentaram buscar algum benefício real sobre o fato de colocar sapos no leite. O professor de farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade John Hopkins afirmou: “Há substâncias naturais que trabalham muito bem em laboratório, mas que podem ser totalmente inativas ou tóxicas quando dadas para um ser humano.”.