Veja documentários que nunca foram exibidos no Brasil

Documentários interessantes jamais foram exibidos no Brasil

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O gênero documentário não tem o mesmo glamour que os outros gêneros do cinema, como a ação, o romance e a comédia, muito menos a mesma bilheteria. Não tem as super estrelas de Hollywood no elenco, nem o bombardeio publicitário das superproduções que levam milhares de espectadores às salas de cinema. Mas é um gênero que nos proporciona excelentes obras fílmicas.

Isso porque os documentários focam muito mais no conteúdo do que na mensagem. O objetivo é informar os espectadores, seja sobre um fato, uma pessoa, um local, um evento histórico. Seu intuito é muito mais informar do que entreter. Mas há diretores mais ousados que conseguem resolver essa equação, como o norte-americano Michael Moore. Por isso é um dos mais aclamados do gênero.

Mas Moore é uma exceção. Normalmente, tanto os diretores, quanto a própria obra, não tem muita projeção, justamente por ser um um gênero que não tem o mesmo apelo comercial. E justamente por isso alguns títulos passam em branco. Separamos aqui embaixo algumas sugestões de documentários que nunca foram divulgados aqui no Brasil, mas deveriam.

E como vale a pena conferi-los, ficam de sugestão para sua próxima sessão pipoca!

1 – Muito Além do Cidadão Kane

Muito Além do Cidadão Kane é um documentário britânico de 1993, produzido e dirigido por Simon Hartog. O filme apresenta as relações entre a mídia e o poder no Brasil, focando na análise da figura de Roberto Marinho. A obra detalha a posição dominante da Rede Globo na sociedade brasileira, debatendo a influência do grupo, seu poder e suas relações políticas, que os autores do documentário consideram como manipuladores e formadores de opinião.

O principal alvo das críticas foi o ex-presidente e fundador da Globo Roberto Marinho, que foi comparado a Charles Foster Kane, criação de Orson Welles para o filme Cidadão Kane, que, por sua vez, foi inspirado na vida de William Randolph Hearst. Segundo Simon Hartog, a Globo empregaria a mesma manipulação grosseira de notícias para influenciar a opinião pública. Já se passaram 20 anos, mas ainda parece bem atual.

2 – “Kurt Cobain: Montage of Heck”

Antes de “Amy” estrear em Cannes, “Kurt Cobain: Montagem de Heck” teve exibições nos cinemas dos Estados Unidos e na HBO. A produção é uma nova forma de experimentar a música do Nirvana, acompanhado dos fantásticas animações, criadas a partir de revistas e cadernos de Cobain. Com acesso a arquivos pessoais e depoimentos de familiares de Cobain – inclusive com a participação Frances, filha dele com Courtney Love -, o filme conta do início até a ascensão de sua carreira, apresentando diversas canções, algumas delas inéditas. O retrato íntimo de um artista que raramente se revelou para a mídia.

3 – Sempre Coca-Cola

Uma produção alemã do ano de 2006, que coloca em cheque uma das marcas mais poderosas do mundo. Como patrocinadora principal da FIFA, a Coca-Cola quer passar uma imagem de fairplay e desportivismo. Mas muitos acreditam que o negócio que pratica ridiculariza essa atitude.

4 – Citizen four

Essa é uma boa pedida para quem gosta de casos de espionagem. Citizenfour é um documentário dirigido por Laura Poitras descrevendo e documentando o escândalo de espionagem pela NSA e como se deram os encontros com Edward Snowden em Hong Kong, antes e depois de sua identidade ser revelada ao público. A produção levou a estatueta de melhor documentário no Oscar de 2015.

5 – Muito Além do Peso

Lançado em novembro de 2012 pela cineasta brasileira Estela Renner, o documentário aborda um amplo debate sobre a qualidade da alimentação das crianças e os efeitos da comunicação mercadológica de alimentos dirigida a elas. Isto porque os pais acham que os filhos estão seguros por não conversar com estranhos ou por estarem sempre em casa, e ignoram que há um outro vilão, muitas vezes mascarado, que vem tomando a vida das crianças bem diante dos olhos do pais: a própria indústria alimentícia.

6 – A Corporação

Este é um daqueles filmes aos quais é impossível ficar diferente. A Corporação é um documentário canadense de 2003 que nos mostra a pior face do capitalismo. Dirigido e produzido por Mark Achbar e Jennifer Abbott, ele descreve o surgimento das grandes corporações como pessoas jurídicas, e discute, do ponto de vista psicológico, que tipo pessoas elas seriam. O documentário deixa bem claro que quem controla o mundo hoje não são os políticos ou os governos, mas sim as grandes corporações, através de instrumentos como a mídia, as instituições e os próprios políticos, que são facilmente comprados. O longa destaca ainda os pontos psicológicos podres como a ganância, a falta de ética, a mentira e a frieza.

7 – Food Inc

Baseado no beste-seller O Dilema do Onívoro, Food .inc (ou Comida S.A) é um tipo de The Corporation sobre a comida. Food, Inc. é um documentário americano, dirigido pelo diretor de cinema Robert Kenner. O filme aborda a questão de como a cultura do fast-food gerou a concentração da produção agrícola, que dominada pelo corporativismo está fazendo com que a agricultura familiar desapareça nos Estados Unidos. Apadrinhado pelo pessoal do Pearl Jam e listado entre os indicados ao Oscar de melhor documentário em 2010, o longa não tenta converter ninguém para o veganismo ou algo do tipo. O barato de Food .inc está em apenas mostrar os fatos e deixar claro que quem deve pensar a respeito é a audiência.

8 – What Happened, Miss Simone

Nem mesmo grande sucesso de outro documentário, Amy, seu concorrente direto na briga pelo Oscar deste ano pela estatueta de melhor documentário, não conseguiu ofuscar esse outra bela produção. Nela, a vida da cantora, pianista e ativista Nina Simone (1933-2003). Usando gravações inéditas, imagens raras, diários, cartas e entrevistas com pessoas próximas a ela, o documentário faz um retrato de uma das artistas mais incompreendidas de todos os tempos. Uma verdadeira relíquia para os fãs de Nina Simone da boa música.

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