O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), foi preso na manhã de quinta-feira (29/11) pela Polícia Federal. A detenção faz parte da operação Boca de Lobo, um desdobramento da Lava Jato, baseado na delação premiada de Carlos Miranda. A assessoria de imprensa do governo do estado disse que não vai se pronunciar sobre o assunto. Com Pezão preso, quem assume é o vice Francisco Dornelles.
Políticos presos
A prisão de Luiz Fernando Pezão é mais um golpe na já fragilizada política do Rio de Janeiro. O estado sofre há anos com sérios problemas financeiros, violência generalizada e falta de investimentos por causa do grande volume de corrupção.
A debilidade do sistema político se reflete na prisão dos principais representantes do poder público fluminense. Desde 1998, todos os governadores eleitos do Rio de Janeiro foram presos, as exceções são Benedita da Silva (PT), que assumiu o cargo em 2002, quando Garotinho se candidatou à presidência da República e Wilson Witzel, eleito em 2018.
Sérgio Cabral, foi preso em novembro de 2016, acusado de receber propina para a concessão de obras públicas. O ex-governador foi enquadrado na operação Lava Jato e é réu em diversos processos. Ao todo, as condenações de Sérgio Cabral somam 170 anos e 8 meses de prisão. O político está detido em Bangu 8.
Anthony Garotinho, chegou a ser preso três vezes em apenas um ano. Entre os processos está a acusação de participação em um esquema de compra de votos envolvendo o programa social Cheque Cidadão.
Rosinha Matheus, foi detida pela Polícia Federal ao lado do marido, Anthony Garotinho. Os dois são acusados de participação em uma organização criminosa e falsidade na prestação de contas.
Na Assembleia Legislativa, todos os presidentes de 1995 a 2017 foram presos. Sérgio Cabral, Jorge Picciani e Paulo Melo. Eleito presidente da Alerj em 2015, Jorge Picciani (MDB) esteve preso acusado de utilizar o cargo para a prática de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele também esteve à frente da casa entre 2003 e 2010 e atualmente cumpre prisão domiciliar em função de problemas de saúde. O político está entre os citados nas investigações da morte de Marielle Franco.
O antecessor, Paulo Melo (MDB), comandou a Alerj entre 2011 e 2014. O deputado está preso e foi um dos alvos da Operação Cadeia Velha, que investiga um esquema de corrupção mantido por empresários dos setores de construção civil e transportes.
A Lava Jato prendeu 10 deputados estaduais em uma investigação sobre mensalinho. As prisões representam um sétimo das 70 cadeiras da Alerj. Os envolvidos recebiam propinas mensais entre R$ 20 mil e R$ 100 mil e cargos para votar de acordo com os interesses do governo. Foram movimentados, segundo a PF, R$ 54 milhões.
São eles, André Corrêa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Coronel Jairo (MDB), Edson Albertassi (MDB), Jorge Picciani (MDB), Luiz Martins (PDT), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante), Marcus Vinícius Neskau (PTB) e Paulo Melo (MDB).