Primeiro esfregar o focinho, depois acasalar. Aparentemente, era esse o hábito dos tiranossauros na hora do coito. Em pesquisa publicada no periódico Scientific Reports, estudiosos americanos descobriram que a ponta do nariz desses dinossauros era extremamente sensível. A característica teria tornado o contato deles uma parte importante no ritual de acasalamento.
De acordo com os cientistas, os focinhos dos animais possuíam uma cobertura dura, perfurada apenas por minúsculas aberturas nervosas. Através delas que milhares de nervos trigêmeos conseguiam alcançar a superfície, tornando a área tão sensível quanto o tato de nossas mãos. Com essa habilidade, eles eram capazes de utilizar o nariz para explorar os arredores, pegar ovos frágeis, construir ninhos e, claro, fazer as preliminares.
Os pesquisadores fizeram a descoberta depois de analisar crânios e esqueletos de um dos membros da mesma família dos tiranossauros, o Daspletosaurus horneri. A espécie viveu há 74 milhões de anos e possuía um comprimento de até nove metros. Segundo eles, como os forames, pequenos aberturas nos ossos por onde passam nervos e vasos sanguíneos, presentes nos narizes dele são idênticos aos do primo, é quase certo que eles possuíam os mesmo nervos ultrassensíveis.
Os nervos trigêmeos possuem um papel importante na evolução de um grande número de animais, incluindo os répteis. Crocodilos, por exemplo, os utilizam para sentir a vibração da água e alguns pássaros se aproveitam da habilidade para perceber campos magnéticos.
Jacarés e crocodilos também possuem uma série de pequenas saliências chamadas de órgãos sensoriais tegumentares em seus maxilares, os quais eles também esfregam uns nos outros antes do coito.