Um estudo feito com macacos apresentou um resultado do que pode ser a porta de entrada para a ciência desenvolver uma vacina contra o HIV. De acordo com uma publicação da revista Science nesta quarta-feira (20), um anticorpo chamado de “três em um”, criado laboratorialmente, se mostrou eficiente no combate ao vírus da Aids em primatas.
A pesquisa, feita em uma parceria entre o laboratório Sanofi Pasteur e os Institutos Nacionais de Saúde (NHI, em inglês), sob o comando dos cientistas Ling Xu, John R. Mascola e Gary J. Nabel. Os componentes do novo anticorpo que promete ser a nova arma contra o vírus da imunodeficiência humana são baseados em três anticorpos únicos que neutralizam de maneira muito potente as cepas do HIV individualmente.
Para definir a melhor resposta, foram feitas dezenas de avaliações testando combinações em laboratório. A Sanofi colaborou com uma tecnologia para que fosse feita a “união” entre os elementos utilizados. O resultado mais eficaz se deu com a junção dos anticorpos VRC01, PGDM1400 e 10E8v4.
O teste final foi feito com oito macacos, que receberam o “três em um”, enquanto outros anticorpos foram inseridos em outros 16 animais da mesma espécie. Após cinco dias, os primatas foram expostos a duas cepas do vírus da Aids , e nenhum dos macacos que receberam o anticorpo de laboratório foi infectado.
Com o resultado positivo, o próximo passo das instituições é avançar as pesquisas e entrar na primeira faz de avaliações em seres humanos.
Teste rápido
Enquanto a vacina não é desenvolvida, a novidade mais palpável para os brasileiros em relação à doença é o teste de farmácia, capaz de informar se há ou não a presença do vírus em apenas 10 minutos.
Desde o fim de julho, as redes farmacêuticas de todo o país receberam o autoteste, vendido por um custo médio de R$ 70, sem a necessidade de receita médica. A medida deverá ser uma das maneiras para que o Brasil consiga atingir a meta estipulada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para identificar a presença do vírus em 90% das pessoas infectadas até 2020.
"Advogamos tanto com relação ao autoteste porque acreditamos que ele amplia e muito a cobertura diagnóstica. Têm pessoas que não querem ir à unidade de saúde para fazer o teste do HIV", informou Adele Benzaken, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
No entanto, apesar da eficácia do teste rápido, é preciso que haja um acompanhamento médico e a realização de outros exames para um diagnóstico mais preciso para o resultado positivo do HIV.