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Terra pode ter mais de seis “mini-luas” em órbita, revelam cientistas

Novos estudos indicam que fragmentos da Lua orbitam a Terra temporariamente e passam despercebidos por anos

A Earthrise capturada na missão Apollo 8 foi considerada a imagem do século | Foto: Reprodução/NASA
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A Terra pode estar acompanhada por mais do que apenas a Lua. Um novo estudo publicado na revista científica Icarus sugere que o planeta possui, em média, cerca de 6,5 “mini-luas” orbitando ao seu redor. São pequenos corpos celestes com diâmetros de até dois metros que circulam temporariamente a Terra, muitas vezes sem serem detectados.

Esses objetos, chamados de TBOs (do inglês temporarily bound objects), se originam de impactos de asteroides na superfície da Lua. Quando ocorrem essas colisões, fragmentos lunares são lançados ao espaço e acabam ficando presos ao campo gravitacional terrestre por semanas, meses ou até anos.

Origem lunar

Embora estudos anteriores apontassem o cinturão de asteroides como fonte principal desses objetos, as novas evidências indicam que muitos deles vêm, na verdade, da própria Lua. A composição mineral dos fragmentos recém-descobertos se assemelha à superfície lunar, com presença de silicatos raros em asteroides típicos, mas comuns na Lua.

Entre os exemplos mais citados estão os corpos celestes Kamo'oalewa e 2024 PT5. O primeiro, descoberto em 2016 no Havaí, tem até 100 metros de diâmetro e é um forte candidato a fragmento lunar. Já o segundo, detectado em agosto de 2024, ganhou o apelido de “segunda Lua temporária” da Terra.

Herança espacial

Os cientistas explicam que, se confirmada a origem lunar, esses objetos podem ser considerados como “netas da Terra”, reforçando a teoria do grande impacto, segundo a qual a Lua surgiu a partir de uma colisão entre a Terra e um corpo do tamanho de Marte há cerca de 4 bilhões de anos.

Apesar de pequenas e passageiras, essas mini-luas podem abrir novas janelas para entender a história do sistema Terra-Lua e as interações gravitacionais com pequenos corpos celestes.

“É como uma dança de quadrilha, em que os pares se trocam com frequência e, às vezes, saem do salão por um tempo”, comparou o astrônomo Robert Jedicke, da Universidade do Havaí.

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