Uma equipe de médicos belgas conseguiu restaurar a fertilidade de uma mulher de 27 anos de idade, usando um pedaço de tecido ovariano que foi removido e congelado quando ela tinha apenas 13 anos.
Esta é a primeira vez que este procedimento trabalha com tecido não-adulto, oferecendo uma nova esperança para as mulheres inférteis, como resultado de tratamentos médicos durante a sua infância. O estudo de caso foi publicado em uma revista americana.
"Este é um importante avanço no campo, pois as crianças são os pacientes que têm mais probabilidade de se beneficiar o procedimento no futuro", disse a autora, pesquisadora e ginecologista, Isabelle Demeestere, em um comunicado de imprensa. "Quando elas são diagnosticadas com doenças que requerem tratamentos que podem destruir a função reprodutiva, o congelamento de tecido ovariano é a única opção disponível para preservar a sua fertilidade”.
Aos 13 anos, a paciente descrita no novo estudo foi submetida à quimioterapia para que ela pudesse receber um transplante de medula óssea de seu irmão, para tratar uma anemia falciforme grave. Transplantes de medula óssea normalmente requerem a supressão do sistema imunológico do paciente, utilizando quimioterapia ou radioterapia, podendo destruir de forma permanente o funcionamento dos ovários. Assim, os médicos muitas vezes removem um ovário saudável e congelam fragmentos de seu tecido para potencial uso posterior.