Quem usa a expressão “abraço de tamanduá” para qualificar o cumprimento de uma pessoa falsa, talvez não conheça o potencial de destruição de um tamanduá-bandeira real. Desdentado e tímido, esse mamífero xenartro é normalmente delicado e tranquilo, mas, quando necessário, ele consegue cortar uma onça-pintada ao meio com a força das suas garras.
O fato de ser considerado inofensivo talvez se deva à sua delicada gastronomia, que faz com que suas presas não passem de uma polegada de comprimento. Para poder caçar e degustar as suas formigas variadas, o tamanduá tem à sua disposição uma anatomia única, que facilita enormemente o trabalho.
O exemplo mais visível disso é um focinho comprido que abriga uma língua de quase 70 centímetros de comprimento, coberta com uma saliva viscosa como cola, que desce e faz curvas pelos túneis labirínticos de qualquer formigueiro. Além disso, esse predador de insetos conta também com um olfato apurado.
Obstáculos
Embora suas presas sejam pequenas e delicadas, para chegar nelas, os tamanduás precisam na maioria das vezes remover uma série de obstáculos, seja um tronco, um solo resistente ou até mesmo pedras. Para isso, esses mamíferos foram dotados com patas dianteiras extremamente poderosas, e com garras afiadas de dez centímetros, que os obrigam a andar sobre os nós dos dedos, para não se ferirem nas lâminas.
Essas "armas" naturais, capazes de dar inveja ao Wolverine, são usadas pelo tamanduá-bandeira para despedaçar com facilidade um cupinzeiro. Quem vê a façanha pode pensar que esse aglomerado de terra é frágil, mas o fato é que não é só de terra que um ninho de cupins é feito, mas de um material que, em termos de resistência e durabilidade, é comparado ao concreto.