Segundo aqueles que visitaram e trabalharam nos centros médicos da caridosa destinados à cura de pessoas, os pacientes viviam em situação de insalubridade que os deixavam ainda mais doentes — vale ressaltar que, nessa época, Madre Teresa já administrava um império de doações do mundo todo.
No documentário de Morgan, um jornalista indiano que visitou os locais comparou as Missionárias da Caridade, o centro de apoio principal, com a situação em campos de concentração de Bergen-Belsen, durante o Holocausto.
“Os trabalhadores lavavam as agulhas com água da torneira e depois as reutilizavam. Os remédios e outros itens vitais eram armazenados por meses a fio, expiravam e ainda eram aplicados esporadicamente nos pacientes”, disse Hemley Gonzales, um agente humanitário que foi voluntário por um breve período no centro principal de Madre Teresa.
Ele ainda relatou que voluntários com pouco ou nenhum treinamento realizavam trabalhos perigosos em pacientes com doenças contagiosas, como tuberculose. Os administradores da instituição se recusavam a aceitar ou implementar equipamentos médicos e máquinas, que teriam os processos automatizados com segurança e salvado vidas, alegando que o trabalho era por meio da "cura do amor e fé cristã".
Nos centros de cuidados paliativos, a Madre Teresa praticou sua crença de que os pacientes só precisam se sentir desejados e morrer em paz com Deus, sem receber cuidados médicos adequados, por isso especialistas a perseguiram com mais afinco.
A revista médica The Lancet, em sua edição de 1994, relatou que a medicina era escassa nos centros de ajuda de Teresa e que os pacientes não recebiam nada perto de um tratamento adequado de que precisavam para aliviar a dor. Os “lares para moribundos”, como os médicos chamavam, tinha uma taxa de mortalidade de mais de 40%.
Entretanto, para Madre Teresa, essa estatística não era necessariamente uma coisa ruim. “Há algo de belo em ver os pobres aceitarem sua sorte, sofrê-la como a Paixão de Cristo. O mundo ganha muito com o sofrimento deles”, justificou ela, em resposta às críticas, o que só enfureceu ainda mais todos aqueles que não toleravam sua romantização da dor. Porém, quando o assunto era o próprio sofrimento, Madre Teresa sempre procurou por ajuda médica especializada nos melhores e mais caros hospitais dos Estados Unidos.