Salvador completa 471 anos de uma rica história

Capital baiana é cenário de atrativos que mantêm viva a memória da criação do Brasil, além de cativar variados perfis de turistas

Salvador | Divulgação
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Praia de Itapoã é uma das mais belezas de Salvador. Crédito: Márcio Filho/MTur

Ela reúne belezas únicas, cantadas em verso e prosa mundo afora, e abriga atrativos que ajudam a recontar a história do Brasil, passando pela arquitetura, a cultura, a gastronomia e a religião. Salvador (BA), um dos principais destinos turísticos brasileiros, chega ao seu 471º aniversário neste domingo (29.03) e ostenta a exuberância típica de grandes ícones do mercado mundial de viagens.

O Pelourinho é um dos espaços que ajudam a explicar a fama. Reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1985, o local, palco de frequentes rodas de capoeira, exibe casas e igrejas que preservam a arquitetura colonial portuguesa, além de bares e restaurantes. Também guarda a Fundação Casa de Jorge Amado, que preserva as memórias do ilustre escritor baiano.

Mercado Modelo também é muito visitado na capital baiana. Crédito: Márcio Filho/MTur

O Elevador Lacerda, de onde se tem uma vista panorâmica, constitui outro cartão postal. A estrutura, a primeira do tipo no planeta, proporciona belas fotos. Perto dali, o Mercado Modelo faz a festa de visitantes, com o melhor do artesanato. Destaque ainda à Igreja Nosso Senhor do Bonfim, onde são distribuídas as fitinhas de mesmo nome, além dos cultos a Iemanjá, sob forte influência africana.

Uma visita imperdível a Salvador também inclui o Farol da Barra. Construído em 1839, trata-se de um dos principais pontos turísticos do município, especialmente no pôr do sol. As praias representam outra atração à parte, a exemplo da existente no próprio Farol e das de Ondina e Itapoã - esta última, aliás, tema de uma célebre canção de Vinícius de Moraes.

Gastronomia atrai turistas de todo o mundo para Salvador. Crédito: Márcio Filho/MTur

Outro atrativo peculiar de Salvador engloba as delícias da boa mesa. Bobó, moqueca, acarajé e vatapá são alguns dos principais pratos à base de frutos do mar, encontrados tanto em restaurantes sofisticados quanto nas barraquinhas espalhadas pela cidade. A gastronomia baiana reflete as influências portuguesa, africana e indígena, com muito dendê e pimenta.

O Carnaval também torna Salvador um dos maiores centros da folia de Momo no Brasil. Não à toa, desde 2015, a terra dos trios elétricos é reconhecida pela Unesco como Cidade Criativa na música, a única do Brasil. Berço de grandes expoentes do axé music e da MPB, a capital integra a relação de localidades que inserem a cultura entre as estratégicas de desenvolvimento sustentável.

HOSPITALIDADE - A boa acolhida de visitantes pelos soteropolitanos - como são chamados os moradores de Salvador - também salta aos olhos. A  hospitalidade foi bem avaliada por 97,1% dos turistas estrangeiros, segundo dados de 2018 da Demanda Turística Internacional no Brasil, do Ministério do Turismo. Quem confirma a tese é o antropólogo Jaime Ramalho, que reside na capital desde os 16 anos. Natural de Medeiros Neto, no extremo Sul da Bahia, ele conta que a hospitalidade é um traço típico local.

“Os turistas são muito bem acolhidos pelos moradores aqui na cidade, as pessoas fazem questão disso. Salvador é uma cidade com uma energia muito boa, e a gente sempre tem a maior boa vontade de ter as pessoas aqui pra conhecer”, conta o acadêmico, que costuma levar amigos e parentes de outros estados e países aos principais pontos turísticos locais.

HISTÓRIA - A região de Salvador foi descoberta em 1510, com o naufrágio de um navio francês. Por volta de 1536, o então rei de Portugal, D João III, dividiu terras brasileiras em capitanias hereditárias, e, em 1549, Tomé de Souza, primeiro governador-geral do pais, chegou ao local. Salvador atuou como sede da colônia até 1763, quando o império foi levado ao Rio de Janeiro. (Por André Martins)

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